Corpo, deficiência e cidades: percurso de criação de aplicativo de guia turístico para acessibilidade cultural de pessoas com deficiência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: França, Ana Lúcia Reis De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37548
Resumo: A urbanização e a distribuição dos espaços nas cidades seguem a lógica hegemônica de tempos/espaços apropriados a uma corponormatividade que despreza as demandas de corpos que fogem aos seus padrões. Em consonância com Foucault em sua obra - Os Anormais -, entendemos que a condição de anormal surge com a modernidade, portanto, estamos seguros em afirmar que essa é uma prática social aliada aos interesses capitalistas, que exercem poder sobre os corpos, controlando, restringindo e violentando aqueles que não atendem os requisitos de uma força de trabalho cuja produção está submetida às demandas deste modelo econômico. O corpo que possui uma deficiência é marginalizado e excluído dos contextos sociais que, ao se organizarem sob essa lógica hegemônica, criam diversas barreiras que o destitui de pertencimento, em seus cotidianos. Do direito fundamental de circulação, com autonomia, pelos territórios da cidade. A proposta deste trabalho consiste em problematizar as práticas de exclusão produzidas na cidades, ao desconsiderarem as especificidades dos corpos das pessoas com deficiência, em seus espaços/tempos públicos, com ênfase nos espaços culturais, para a criação de uma tecnologia assistiva - um aplicativo de guia turístico -, que visa proporcionar autonomia e acesso informacional para as pessoas com deficiência auditiva, visual e intelectual, em atrativos turísticos da cidade de Niterói e do Rio de Janeiro. O percurso metodológico foi traçado sob os fundamentos da pesquisa cartográfica que se caracteriza como uma pesquisa-intervenção que se coloca em diálogo com o principal público de interesse do estudo, considerando o princípio ético: “Nada sobre nós sem nós". As análises a respeito da garantia de acesso cultural das pessoas com deficiência se apoiaram em autores tais como: Henry Lefebvre, David Harvey, dentre outros, O conceito de Deficiência que orienta o trabalho é a Teoria do Modelo Social de Deficiência e, Foucault, nos dá suporte para problematizar as relações entre corpo/deficiência e cidade. Por fim, este estudo assume a importância do protagonismo das pessoas com deficiência em todas as etapas de criação do aplicativo, desde o planejamento até a execução e experimentações posteriores com alguns possíveis usuários. Entendemos que este diálogo permanente, deveria ser a principal ferramenta na criação de novas tecnologias, quando se trata da construção de produtos destinados à acessibilidade de pessoas com deficiência.