O Livro de Linhagens do Conde D. Pedro: uma caracterização narrativa da nobreza Ibérica (Portugal - Século XIV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Neila Matias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rei
War
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13379
Resumo: Através do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro pretendemos caracterizar a nobreza e sua relação com o rei. A obra aparece, assim, como um projeto de justificação do papel social da aristocracia, fundamentado pela linhagem como elemento distintivo e pela guerra como elemento central. A escrita do Conde reflete e realiza este projeto num longínquo curso temporal, que não se limita a um autor como indivíduo isolado. A autoria apresenta-se como a de um grupo, a nobreza, que intenciona reafirmar sua posição também pela palavra escrita. Longe de ser um arauto em favor da nobreza e um carrasco do rei, o projeto historiográfico desenvolvido pelo Conde D. Pedro constrói uma relação de equilíbrio entre a nobreza e a realeza visando a união dos dois para que ambos pudessem manter sua posição de poder. Assim, nobres e reis estão unidos desde a sua origem e devem permanecer nesse estado, pois somente quando se encontram em ajuda mútua são capazes de realizar suas funções. A associação boa nobreza/bom rei reflete esta condição ao estabelecer que um rei de fato só consegue ser justo e distribuir mercês quando tem ao seu lado nobres homens aconselhando-o. Esta relação é mais perceptível e estruturante quando estes homens entravam em guerra. Nas principais batalhas narradas no LL, o rei só consegue vencer porque algum nobre vem em seu auxilio. É na atividade guerreira que a identidade da aristocracia medieval se faz mais presente e a solidariedade de classe encontra seu momento ideal. A ideologia da amizade propalada pelo Conde justificaria o papel e a função de reis e nobres na sociedade