Alterações na imunorreatividade de astrócitos e micróglia após exposição pós-natal ao etanol: impactos sobre o desenvolvimento e plasticidade do SNC e papel do canbidiol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Ferreira, Julia Huber
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37680
Resumo: Os transtornos do espectro alcoólico fetal (TEAF) englobam um conjunto de distúrbios ocasionados pela exposição pré-natal ao álcool que podem causar alterações morfológicas e déficits de plasticidade durante o desenvolvimento. A relação do canabidiol (CBD), um fitocanabinoide, com doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento têm sido objeto de estudos devido ao seu potencial anti-inflamatório e antioxidante. Portanto, é possível que o canabidiol module a neuroinflamação causada pelo etanol. O presente estudo avalia o impacto da exposição a baixas doses de etanol durante a primeira semana pós-natal ao longo do desenvolvimento no SNC de roedores e o papel do canabidiol como modulador neuroinflamatório. Ratos Lister Hooded pigmentados receberam etanol 25% (1g/kg i.p.) nos dias 4, 6 e 8 pós-natal e CBD 40% a 10mg/kg por via oral com aplicação diária entre P4 até o P21. Nossos resultados mostraram que a exposição ao etanol promoveu, de modo transitório, alterações no perfil morfológico da microglia, densidade de células e na expressão dos marcadores IBA-1 e GFAP, de microglial e astrocitário, respectivamente. Estes efeitos foram prevenidos a partir do tratamento com CBD. As alterações desencadeadas pelo etanol ocorreram de modo dependente da região do SNC analisada e seu período crítico. Além disso, foi visto uma redução na capacidade plástica desses animais quando comparados aos animais controle, o que foi parcialmente recuperado pelo CBD. Portanto, a exposição alcoólica durante o período perinatal, mesmo em uma dose considerada baixa, altera o perfil das células gliais, consistente com alterações inflamatórias, o que pode estar por trás da redução na capacidade plástica dentro de períodos críticos, e essas alterações podem ser prevenidas quando associadas ao tratamento com CBD. Esses achados podem explicar, em parte, os danos que são observados em crianças dentro das TEAF e reforça que não há dose ou período seguro para o consumo de etanol durante a gestação.