Efeitos da interleucina-1β na plasticidade de neurônios diferenciados da linhagem de neuroblastoma humano SH-SY5Y

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barros, Anísia Sofia Mota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-25072024-104925/
Resumo: A neuroinflamação é um processo inflamatório que ocorre no Sistema Nervoso Central (SNC) frente à estímulos agressivos. Embora envolva uma via protetiva, o efeito gerado pode ser tóxico, visto que a neuroinflamação envolve a ativação de micróglias, o que pode acarretar o aumento da liberação de uma série de compostos potencialmente neurotóxicos, como a Interleucina-1β (IL-1β). Quando em níveis elevados e em quadros crônicos de neuroinflamação, tal interleucina torna-se excitotóxica. Nesse sentido, o Sistema Endocanabinoide (SECB) pode atuar como uma importante entidade neuroprotetora, capaz de impedir ou atrasar a perda neuronial ocasionada pela IL-1β. Estudos anteriores realizados em modelos animais demonstram que a IL-1β pode afetar componentes do SECB e da neuroplasticidade, trazendo à tona a importância de entender os efeitos desta citocina em modelos celulares humanos. A partir disso, foram investigados os efeitos da IL-1β (0.01, 0.1, 1, 10 ng/mL) na neuroplasticidade e nos componentes do SECB em células da linhagem SH-SY5Y diferenciadas em um fenótipo neuronial maduro. Os dados obtidos por meio da padronização do protocolo de diferenciação das células SH-SY5Y em neurônios maduros revelou que a diferenciação celular de 8 dias com ácido retinoico (AR, 10 µm) e com fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, 50 ng/mL) ocasionou mudança morfológica, levando ao surgimento de um aspecto alongado dos neurônios e grandes extensões neuríticas. Além disso, o processo de diferenciação levou a uma maior expressão de βIII-tubulina, receptor D1 e Neuronal Nuclei (NeuN), assim como tornou as células diferenciadas mais sensíveis ao estímulo inflamatório lipopolissacarídeo (LPS, 1, 10, 20, 40, 80, 160, 320 e 640 µg/mL). As células diferenciadas não apresentaram alterações na expressão de N-metil D-aspartato (NMDAR1) e Tirosina Hidroxilase (TH). Ainda, a exposição dos neurônios diferenciados à IL-1β não alterou a viabilidade celular. Em células diferenciadas, após aplicação de diferentes concentrações de IL-1β, não houve alterações na expressão de Tirosina Quinase B (TrKB) total e um perfil de aumento foi observado na expressão de sinaptofisina após aplicação de 0.01, 1 e 10 ng/mL de IL-1β. Além disso, as diferentes concentrações de IL-1β não modificaram a expressão de βIII-tubulina e a quantidade de células. Outrossim, houve redução no comprimento dos neuritos primários após aplicação de 10 ng/mL de IL-1β. Também foi verificado uma redução na expressão de actina após aplicação de IL-1β (0.1 e 10 ng/mL) nas células. Ademais, o tratamento com a IL-1β (1 e 10 ng/mL) levou a um aumento significativo na expressão de receptor CB1, assim como 0.1 ng/mL da interleucina levou a uma redução na expressão de receptor vaniloide de potencial transitório tipo 1 (TRPV1). O tratamento com 0.1, 1 e 10 ng/mL de IL-1β levou a redução na expressão de hidrolase amida de ácidos graxos (FAAH) e a aplicação de 0.01, 0.1 e 1 ng/mL da interleucina reduziu a expressão de lipase monoacilglicerol (MAGL). Nossos resultados sugerem que as concentrações de IL-1β utilizadas podem estar acarretando um possível mecanismo de neuroproteção que envolve o SECB. Portanto, maiores investigações deverão ser realizadas para melhor entender os efeitos da IL-1β.