Fluxos de óxido nitroso e amônia na interface ar-água: estimativas e fatores de controle para a Baía de Guanabara (Rio de Janeiro, Brasil).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Guimarães, Giselle Parno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6900
Resumo: Em ambientes aquáticos, a química do nitrogênio é controlada por reações redox, mediadas por microorganismos que produzem gases trocados com a atmosfera. Os dois principais gases de nitrogênio envolvidos neste processo são a amônia (NH3) e o óxido nitroso (N2O). O NH3 é a base dominante na atmosfera, possuindo grande importância como neutralizador dos ácidos presentes no ar. O N2O é um importante gás traço na atmosfera e absorve radiação infravermelha contribuindo para o efeito estufa, além de estar associado a diminuição de O3 na estratosfera. Na Baía de Guanabara cerca de 8,2 milhões de habitantes geram esgotos domésticos, que são lançados diretamente nas suas águas gerando elevadas concentrações de nitrogênio inorgânico, tornando a Baía uma importante fonte de NH3 e N2O para a atmosfera. Neste trabalho foi realizada uma estimativa dos fluxos de NH3 e N2O na interface ar-água da Baía de Guanabara buscando a identificação dos principais fatores que influenciam nos fluxos e na produção dos gases. Para tal foram coletadas aproximadamente 45 amostras em abril e agosto de 2005, representando os períodos chuvoso e seco. A influência das águas de origem continental na heterogeneidade das concentrações encontradas na Baía de Guanabara é evidente em ambas as épocas amostradas. As maiores concentrações foram normalmente encontradas no setor oeste, ao redor da Ilha do Governador e os menores na entrada da Baía de Guanabara, revelando dois setores com processos distintos. As concentrações de N2O nas águas de superfície nos períodos chuvoso (7,4-10,6 nmol L-1) e seco (5,8-33,9 nmol L-1) refletiram o processo de diluição das águas superficiais causada pela sazonalidade. A correlação entre as concentrações de N2O e as concentrações de NO2 - sugere que a produção de N2O neste ambiente está associada predominantemente ao processo de nitrificação. Os fluxos de N2O mais altos foram observados utilizando o modelo RC01 (-2,1 a 41 μg N m-2 h-1), contudo, 3 medidas realizadas com as câmaras flutuantes (20 a 67 μg N m-2 h-1) foram mais altos do que os estimados usando o modelo de RC01. Os fluxos de NH3 na interface ar-água mostraram ter a concentração de NHx nas águas superficiais como principal fator de controle. Os fluxos médios calculados (chuvosa = 552 a 592 μg N m-2 h-1, seca = 223 a 261 μg N m-2 h-1) refletiram as condições hidrológicas encontradas em ambos os períodos avaliados em 2005 e corresponderam a uma taxa de emissão de aproximadamente 5 t N dia-1 no período chuvoso e 2 t N dia-1 no período seco