But don´t forget the songs that saved your life: The Smiths, YouTube e a nostalgia no pop contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alberto, Thiago Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23742
Resumo: A tese propõe investigar como as articulações entre música pop, memória e as mediações online materializam um fênomeno que chamamos de narrativas nostálgicas autobiográficas em redes sóciotecnicas. A partir de um conjunto de comentários postados em vídeos da banda britânica The Smiths disponíveis na plataforma YouTube, analisamos estes relatos como textualidades que denota a presença do passado como aspecto distintivo da fruição musical na contemporaneidade. Partimos da hipótese inicial de que, como estrutura de sentimento (WILLIAMS, 1979), a nostalgia ganha dimensões históricas em nosso tecido social até se explicitar como uma marca importante na produção e no consumo da cultura pop, um processo apontado por Reynolds (2011) como retromania. Como exemplo da presença deste pathos no contexto do rock, examinamos a trajetória dos Smiths, banda que esteve ativa entre 1982 e 1987, realçando a nostalgia como uma característica central de suas expressões líricas, sônicas e materiais e entendendo que as vinculações entre o grupo e este tema possibilitaram atrelar à banda uma marca identitária e performática singular em relação aos gêneros e cenas musicais do período em que atuaram, o que justificou uma sólida conexão com fãs e ajudou a constituir uma permanência afetiva após o fim da banda. Inferindo que este apego ganha outras tessituras com as novas tecnologias de comunicação, analisamos as relações entre música e memória a partir de seus agênciamentos cotidianos e moduladores do self (DENORA, 2000), interrelacionando-os em suas possibilidades de mediação no contexto da cultura digital, a partir de arranjos sócio-técnicos que envolvem perspectivas subjetivas, materiais e sócioculturais (VAN DIJCK, 2007; PEREIRA DE SÁ, 2016). Esta conjuntura modela os processos interacionais realizados em plataformas como o YouTube, que em sua vocação como arquivo e espaço heterotópico (FOUCAULT, 2011) se posiciona como um lugar privilegiado para a expressão da memória através dos relatos de si (ARFUCH, 2010). Após a discussão dos principais conceitos convocados por estes debates, investigamos os comentários de três clipes dos Smiths disponíveis na plataforma, balizando este material empírico como performances de gosto dos usuários (HENNION, 2001) a partir de um escopo categorial que dá corpo ao que chamamos de narrativas nostálgicas autobiográficas, enfatizando o papel da banda, do espaço e do público enquanto articuladores de um evento distinto no consumo de musica na contemporaneidade.