As voltas de O rei da vela no teatro brasileiro moderno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Frederico van Erven Cabala
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33249
Resumo: Esta tese tem o objetivo de acompanhar o percurso da peça O rei da vela, de Oswald de Andrade – escrita a partir de 1933, publicada em 1937 e apenas encenada em 1967 –, a fim de investigar de que maneira as diferenças de recepção da obra causaram significativos impactos na historiografia do teatro brasileiro moderno e quais reflexões podem ser feitas a partir disso. No primeiro capítulo, traçamos um panorama das diferentes visões a respeito do teatro moderno no Brasil, realçando o caráter de múltiplas respostas que a questão parece comportar. Realizamos, ainda, um apanhado de definições acerca do conceito de moderno e de alguns correlatos para melhor compreender a utilização do termo por teóricos que pensam o drama moderno. A partir de então, é realizada uma leitura de O rei da vela, com vistas a destacar elementos inovadores que a obra contém em relação ao cenário do teatro brasileiro das primeiras décadas do século XX. Incluímos comparações com a peça Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, em razão dessa obra, posterior a O rei da vela, ter sido amplamente considerada a iniciadora do teatro brasileiro moderno. O gesto comparativo, nessa primeira parte da tese, pareceu-me frutífero para identificar um apanhado de ideias estéticas distintas que estavam em jogo em um período próximo. O segundo capítulo busca percorrer o pensamento da crítica e da incipiente historiografia do teatro brasileiro a partir da arte teatral no país no início do século XX. Então, analisamos a concepção e a publicação de O rei da vela, assim como o seu impacto inicial junto à crítica, tentando salientar elementos que possam ajudar-nos a esclarecer seu malogro em um primeiro momento. No último capítulo, retomamos uma série de tentativas de encenação da peça, as quais demonstram que o interesse por essa obra se acendeu em princípios da década de 1950, em paralelo ao movimento de revalorização do espaço de Oswald de Andrade no meio intelectual brasileiro. Partimos, por fim, para uma apresentação da reviravolta que a encenação da obra ocasionou em parte da crítica e da historiografia do teatro brasileiro moderno. A questão do moderno em nossos palcos, assim, pôde ser repensada, o que nos fornece material importante para refletir sobre a complexidade de questões diversas, como o problema do estabelecimento de marcos inaugurais em face da natureza híbrida e da temporalidade não linear do teatro.