Emergência miliciana na TV: uma análise dos embates de sentido acerca das “milícias” em telejornais fluminenses da Rede Globo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cavalcante, Laís
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32490
Resumo: Este trabalho busca analisar discursivamente os sentidos presentes nas coberturas dos produtos telejornalísticos RJ1, RJ2 e Bom Dia RJ, da Rede Globo, acerca da atuação das milícias fluminenses entre os anos de 2019 e 2023. O objetivo desta pesquisa é analisar como se dá a inserção desse tema nas tramas midiáticas sobre violência urbana desses três programas, uma vez que há décadas eles direcionam a figura do traficante varejista de drogas morador de favela como principal inimigo da ordem pública. A pergunta norteadora desta pesquisa visa entender como as reportagens se relacionam discursivamente com outros discursos acerca do tema da violência. A principal hipótese é de que há um silenciamento sobre a natureza estrutural do problema das milícias que pode ser depreendido discursivamente do objeto. As análises centram-se nas estratégias discursivas que estão operando em seis coberturas escolhidas. A fim de dar conta de responder sobre os sentidos encontrados no objeto, mobilizamos uma fundamentação teórica interdisciplinar que atravessa algumas epistemologias específicas da Comunicação Social. Os principais diálogos estabelecidos neste trabalho contaram com conceitos da Análise de Discurso propostos por Eni Orlandi (2020, 2018), as diferentes perspectivas acerca do telejornalismo de Itânia Gomes (2010), Kleber Mendonça (2018) e Iluska Coutinho (2018) e as noções provenientes do arcabouço sociológico como a de sujeição criminal (MISSE, 2008a) e de dilema brasileiro (DAMATTA, 1997). Em linhas gerais, concluímos que o problema das milícias relaciona-se diretamente com produções de sentido, pouco discutidas, em torno do tema da violência urbana que criam condições para estes grupos expandirem-se no estado do Rio de Janeiro.