Estudo da remodelação dérmica induzida pela aplicação intradérmica do ácido hialurônico na pele fotoenvelhecida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Wanick, Fabiana Braga França
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8037
Resumo: Diversas substâncias estão disponíveis para o preenchimento dérmico temporário das rugas e da perda de volume facial, dentre as quais, o gel de ácido hialurônico (AH). O gel de AH geralmente é degradado em 3 a 9 meses, mas diversos estudos têm demonstrado que o resultado clínico se mantém por um período superior a meia vida do produto. Os objetivos deste estudo foram avaliar as modificações induzidas pela injeção intradérmica do gel de AH na pele fotoenvelhecida, através de exames histopatológicos, morfométricos e imunohistoquímicos, além de identificar o grau de melhora clínica alcançada a longo prazo. Foram estudados 20 pacientes do sexo feminino, com idade entre 40 e 50 anos (45,8 ± 3,6), fototipos III e IV (classificação de Fitzpatrick), submetidas à aplicação intradérmica de um gel de AH na face. Todas as pacientes apresentavam sinais de fotoenvelhecimento com rugas no sulco nasogeniano, classificadas entre os graus 3 e 5 pela escala de Genzyme. Foram realizados exames histopatológicos com os fragmentos obtidos em biopsias realizadas antes da aplicação do gel (T0), e após 3 (T3) e 9 (T9) meses do procedimento. Através da imunohistoquímica, realizada em 10 das 20 pacientes escolhidas aleatoriamente, foi analisada a expressão das enzimas responsáveis pela remodelação da matriz extracelular (MMP-1, 3, 7, 9, 13), do inibidor de metaloproteinases (TIMP-1 e 2) e dos colágenos tipo I e III, em T0, T3 e T9. Para análise estatística dos resultados, foram usados o teste de Wilcoxon e a análise descritiva, de acordo com os critérios avaliados. Clinicamente, todas as pacientes apresentaram melhora do grau de profundidade do sulco nasogeniano pela escala de Genzyme (valor de p < 0,05). O exame histopatológico na coloração pela hematoxilina-eosina mostrou que o percentual de pacientes com epiderme retificada diminuiu de 65% (T0) para 25% (T3 e T9) e o percentual de pacientes com 4-6 número de camadas de queratinócitos aumentou de 65% (T0) para 90% (T9). Houve melhora na organização das fibras colágenas após 3 (45% dos casos) e 9 (65% dos casos) meses do procedimento. A quantificação das fibras colágenas pela morfometria mostrou aumento de 34,2 ± 31,5% após 3 meses e 39,5 ± 39,7% após 9 meses do tratamento (valor de p < 0,05). A quantificação das fibras elásticas pela morfometria revelou diminuição de 18,3 ± 34,4% após 3 meses e aumento de 11,9 ± 59,6% (valor de p > 0,05) após 9 meses. O percentual da área ocupada pelo gel de AH em relação à totalidade do fragmento da biopsia variou de 35,4 ± 9,2% após 3 meses da aplicação do gel, para 35,2 ± 9,6% após 9 meses. A imunohistoquímica mostrou diminuição de MMP-1 e 13 em T3 e T9 (valor de p < 0,05). Dessa forma, podemos concluir que a injeção intradérmica com o gel de AH pode levar a melhora clínica sustentada não só pela presença do gel da pele, mas também por todos os efeitos de remodelação da derme e epiderme desencadeados após o procedimento, como foi observado nesse estudo.