Da conquista da natureza à conquista da Terra: o imperialismo francês a partir da geografia humana de Paul Vidal de la Blache e Jean Brunhes
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28083 http://dx.doi.org/10.22409/POSGEO.2019.m.09234813626 |
Resumo: | O processo de construção da Geografia Humana na França, na virada do século XIX para o XX, esteve diretamente relacionado ao seu contexto histórico. A sociedade francesa vivenciava um processo de emergência de uma nova ordem social, que teve o movimento colonial como um dos seus principais elementos. Ainda que a Geografia Humana almejasse construir-se como científica, com suas bases fincadas na Geografia Física e elegendo a relação homem-meio enquanto seu objeto, estava impregnada de posicionamentos políticos e subjetividades, incluindo a imperialista. Contudo, estes geógrafos defendiam modelos distintos para o expansionismo europeu, cada qual mobilizando justificativas e construções teóricas diversas. Nosso objetivo é compreender as relações que a Geografia Humana, formulada no início do século XX, período do auge das disputas imperialistas, teve com o imperialismo francês. Para isso analisaremos Paul Vidal de la Blache (1845-1918), o principal representante da Geografia Humana em termos de continuidade e reconhecimento, e Jean Brunhes (1869-1930), autor de uma das propostas mais originais e pouco trabalhadas pela historiografia recente. Por meio de um exame de suas bibliografias, selecionamos as obras que sintetizam suas principais concepções sobre a Geografia Humana, artigos e textos publicados nos Annales de Géographie, que envolvem diretamente territórios de interesse francês, além de conferências que abordavam questões coloniais. Compreendemos as relações da Geografia Humana e do imperialismo francês a partir de três dimensões: epistemológica, destacando como as teorias da relação homem-meio elaboradas fundamentam suas visões imperialistas e naturalizam o processo de colonização; ideológica, relacionada ao modelo colonialista defendido, revelando as justificativas e os impactos da colonização levantados; e geopolítica, mostrando os posicionamentos e estratégias apoiadas nos diversos territórios de interesse francês. Os resultados são uma análise ampla que abarca diversas dimensões da relação da Geografia Humana e do imperialismo francês, apresentando a teoria de geografia humana - relação homem-natureza - como um discurso da conquista do homem sobre a natureza que evolui para uma teoria da conquista de outros povos e sustentaria os argumentos em prol do colonialismo. |