Trabalho, greves, futebol: luta, identidade e sociabilidade na formação da classe trabalhadora friburguense (1911-1933)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Emrich, Victor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27015
Resumo: Este trabalho centra sua análise na formação da classe trabalhadora em Nova Friburgo no período constituído entre 1911 e 1933, entendendo como fundamentais as relações decorrentes do conflito entre capital e trabalho. O recorte cronológico tem por idéia localizar o início do processo de consolidação das indústrias na cidade, ainda em 1911, visualizando, neste momento, disputas entre grupos da classe dominante que culminariam na “Noite do Quebra-Lampiões”, envolvendo também outros atores, como as classes populares. A partir de então, a classe operária em formação levantaria várias bandeiras de protestos coletivos, redundando em algumas greves durante a década de 1910 e 1920. Embora algumas não tenham obtido o conjunto de suas reivindicações, contribuíram para um profundo amadurecimento da classe, que ficaria patente na grande greve de 1933, envolvendo várias forças e vários atores sociais. Portanto, desenvolvo a hipótese de que a classe trabalhadora friburguense passou por um processo de fazer-se entre 1911 e 1933, e que a visão harmoniosa que se tentou associar à cidade – como o mito da “Suíça Brasileira – não se revelava na prática, haja vista os vários momentos de enfrentamento entre trabalhadores e capitalistas. Contudo, uma parte significativa dessa consciência de classe que se forjara, estaria diretamente ligada às formas de sociabilidade desses trabalhadores e, de maneira especial, ao futebol. Numa cidade que dificultava o contato entre operários, em função da distribuição espacial das fábricas, o esporte bretão surgia como uma possibilidade de criação de laços identitários, como a fundação do Esperança Foot-Ball Club mostraria. Porém, antes mesmo da criação de tal clube, os dirigentes das fábricas – em sua maioria, alemães ou descendentes – fundariam também um time de futebol chamado Friburgo FootBall Club. A partir da constituição desses dois clubes, é notário o quanto o campo de futebol se revestiu em uma arena de luta de classes, uma vez que muitos dos confrontos não terminaram de forma amistosa. E, tal situação se agravaria ainda mais, quando da criação de um terceiro clube, surgido de dentro do Friburgo F. C., que seria o Fluminense A. Club, complexificando ainda mais as disputas futebolísticas na cidade. Assim, através do futebol e das várias organizações de classe – entre as quais, o Partido Comunista e os Sindicatos – foi possível aos trabalhadores se identificarem e atuarem enquanto classe, como a greve de 1933 provaria.