A réplica progressista ao discurso conservador evangélico rumo às eleições de 2020: o Instagram como arena de disputa política entre os pastores Silas Malafaia e Henrique Vieira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Souza, Daniel Reis Romero de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35891
Resumo: As igrejas pentecostais e neopentecostais desenvolveram meios de apropriação midiática e política como forma de poder, gerando para um segmento evangélico mais espiritualizado uma percepção de que a igreja perdeu o seu rumo. O pastor batista Henrique Vieira aparenta fazer parte de um movimento contrainstitucional que se insurge em oposição ao rumo tomado pelas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais e se contrapõe ao discurso hegemônico de seus líderes através das redes sociais digitais. A partir da metodologia da análise crítica do discurso, o objetivo geral é aferir se há relação entre a fala do pastor Henrique Vieira e a formulação de um discurso contra-hegemônico, e ainda, se há confronto entre o aparente discurso de resistência e o discurso hegemônico político e religioso, ao que tudo indica, moldado para desinformar, confundir e desorientar a população. O objeto da análise se dará por meio das publicações no perfil do Instagram do pastor batista Henrique Vieira e do pastor conservador Silas Malafaia, realizadas durante as eleições para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2020. O corpus compreenderá mais precisamente o período entre os dias 09 e 13 de novembro, o qual antecede o primeiro turno das eleições municipais. Esta escolha se justifica, pois, Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, disputará a reeleição contando com o apoio das correntes evangélicas conservadoras, que por sua vez aparentam se comunicarem melhor com a parcela mais pobre da população. Partimos da hipótese de que a midiatização do discurso religioso conservador contribui para uma espécie de privação sensorial de parte significativa da sociedade brasileira atual, afetando e enfraquecendo sobremaneira a capacidade crítica dessas pessoas, e de que o discurso evangélico progressista pode contribuir com a ruptura desta lógica. Para sustentar nossas observações e questionamentos, utilizamos como principais autores e conceitos: Jessé Souza (Sociologia) Muniz Sodré (Midiatização), Antonio Gramsci (Hegemonia), Agnes Heller (Cotidiano); Magali Cunha (Religião), Naomi Klein (Doutrina do Choque) e Norman Fairclough (Análise Crítica do Discurso).