Fissuras antigeopolíticas na América Latina: o ambivalente caso equatoriano da fol de Manta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sousa, Rodrigo Pina de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28076
Resumo: As ações do imperialismo estadunidense sobre a América Latina instigam resistências que contrariam a militarização e criticam seus discursos legitimadores. Reflexões sobre as tramas da geopolítica latino-americana conduzem à ampliação do repertório teórico da geografia política, resgatando determinadas categorias e incorporando as geopolíticas críticas como parte essencial de sua renovação. Interpretadas criticamente, práticas antigeopolíticas contrapostas à militarização imperialista robustecem o corpo teórico da geografia política, desvelando novas tensões de territorialidades. As noções de anti-imperialismo, código geopolítico, antigeopolítica contribuem para uma interpretação crítica sobre as tensões entre territorialidades na América Latina atual. Práticas militarizadas de dominação colidem com ações antigeopolíticas de resistências e se traduzem espacialmente num processo de territorialização militar em rede. Exemplar o caso das tensões geopolíticas formadas pela presença militar estadunidense no Equador e a atuação antigeopolítica local/nacional de movimentos sociais de resistência antimilitarização. A cidade equatoriana de Manta abrigou uma das maiores e mais bem equipadas bases militares estadunidenses na América Latina: a FOL de Manta. Os movimentos antimilitarização em suas lutas contra a presença militar estrangeira atuam localmente e conectados com outros movimentos semelhantes em escala global, o caso equatoriano comprova isso. Em Manta, a rejeição à presença militar dos Estados Unidos se concretizou em um evidente exemplo de antigeopolítica de resistência que se confrontou com a geopolítica do imperialismo, com os equatorianos retomando o controle da base, em 2009. São fissuras antigeopolíticas produzidas na territorialização militar em rede orientada estrategicamente pelo Comando Sul. No Equador, essa fissura antigeopolítica foi um golpe certeiro no imperialismo estadunidense e em sua territorialização militar. A retomada do controle da base de Manta e a retirada dos estadunidenses do país constituiu um redesenho da rede de bases militares dos Estados Unidos na América Latina.