Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Flavio Faria de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/23786
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Resumo: |
Em dez anos de desenvolvimento, a Operação Urbana Porto Maravilha já tem um acervo de análises acadêmicas acerca dos efeitos urbanos dos projetos que estão sendo colocados em prática. Idealizada mediante uma grande parceria entre as três esferas de governo e algumas grandes empresas, a operação está inspirada numa matriz de pensamento econômico que busca situar a cidade em uma relação mundial de fluxos de informações e finanças, materializada em um grande projeto urbano. O objeto central desta tese é a investigação das transformações do espaço social - material e simbólico - no qual o projeto “Porto Maravilha” está inserido. Foram utilizados conceitos norteadores como: destruição criativa (HARVEY, 2004) e território, desterritorialização e reterritorialização (HAESBAERT, 2004) que constituíram uma lente de análise das transformações e relações territoriais imbricadas nesta operação. O trabalho apresenta o Elevado da Perimetral como um “marco zero” da legitimação do discurso de devolução do waterfront para a população. A pesquisa fundamenta-se nas ações materiais e simbólicas que são relativas ao recorte espacial deste trabalho. Nesse sentido, um histórico da região portuária, as primeiras realizações da OUCPM, o período de crises (2013-2019) e as mudanças políticas, econômicas e sociais destes últimos dez anos são analisados juntamente com o desenvolvimento das obras e dos equipamentos culturais que são construídos no período pré e no pós-Olímpico Rio 2016. É importante destacar que a partir dos processos de desterritorialização e reterritorialização foi produzida uma ressignificação do território portuário carioca. O “branqueamento cultural do território” e as “disputas de lugar” (SANTOS, R. E. et al., 2018) são evidenciados, uma vez que a cultura de matriz africana, que foi colaboradora na formação da memória e identidade locais, tem sido minimizada ou apagada. As ações de desestigmatização e imposição de novas matrizes culturais enfatizam as mudanças que os agentes produtores desta OUC desejam no desenvolvimento de novas frentes para o capital: uma cultura pasteurizada, despolitizada e voltada ao consumo e aos turistas. Por fim, com base em pesquisa cartográfica, reportagens jornalísticas e fotos de trabalhos de campo são discutidas as mudanças territoriais do período recente. O percurso trilhado para este trabalho permitiu responder ao problema de pesquisa centrado na relação entre as transformações materiais e simbólicas na produção do espaço, no qual a Operação Urbana Porto Maravilha emerge como caso emblemático. |