Detecção de HPV no trato oral pode sugerir infecção no trato anogenital?
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6189 |
Resumo: | Enquanto já está definido que o papilomavírus humano (HPV) é o agente etiológico do câncer cervical e do carcinoma anal, ainda pouco se sabe da etiologia do câncer oral, entretanto se aceita que o HPV seja fator predisponente. Assim, estudos são necessários para avaliar sua história natural, epidemiologia e fatores de risco. Com o objetivo de avaliar aspectos da infecção oral e se esta predispõe à infecção anogenital, determinamos a presença do HPV nos sítios de infecção e avaliamos possíveis lesões através de métodos moleculares, contribuindo para a investigação sobre a história natural do vírus. Para tanto foram estudadas um total de 351 amostras de 117 pacientes atendidos no Setor de DST da Universidade Federal Fluminense e na Santa casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Além disso, um questionário sócio-epidemiológico foi preenchido a fim de avaliar os fatores de riscos associados como: comportamento sexual (coito oral, coito anal), uso de drogas (tabaco e álcool), dados epidemiológicos (idade, uso de anticoncepcional oral, idade da primeira relação sexual). De cada paciente foi coletada uma amostra de lesão genital, uma de mucosa oral saudável e uma de mucosa anal saudável totalizando 117 genitais, 117 orais e 117 anais. Todos os pacientes possuíam lesão genital aparente e as mucosas orais e anais, saudáveis Para detecção e tipificação do genoma viral, os métodos utilizados foram a Reação em cadeia da Polimerase (PCR) e o polimorfismo do comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP). Nossos resultados apontaram uma prevalência alta da infecção por HPV em lesões genitais de 89,7% (105/117), 59% (69/117) em amostras anais e nas amostras orais, tal prevalência foi de 54,7% (64/117). Destacamos a alta preponderância dos genótipos HPV6 e HPV11, onde o HPV 11 (46,3%) foi mais encontrado, sugerindo ser melhor adaptado a mucosa oral masculina. Para as infecções genitais, a prática tanto de sexo oral como de sexo anal receptivo representaram importantes fatores de risco, com significância estatística (p=0,039 e p=0,0000012). Nosso estudo parece sugerir que a ingestão de álcool é um fator de risco para a infecção oral pelo HPV (p=0,0075). Em 36,75% (43/117) dos casos, observamos infecções em todos os sítios concomitantemente, com uma prevalência de concordância de tipos genitais com os tipos orais e anais em 21(18%) casos. Em relação aos sítios sem lesão clinica aparente e com a presença do vírus pode-se sugerir que eles atuam como reservatórios para o HPV possibilitando a transmissão aos seus parceiros, bem como a disseminação por auto-inoculação. Nosso estudo pode concluir que a detecção da infecção oral não é adequada como uma ferramenta auxiliar de diagnóstico para as infecções anogenitais, uma vez que a simultaneidade foi detectada em apenas 51,2% dos casos. Embora a presença do HPV no sítio oral não represente um bom biomarcador para infecções em outros sítios, estudos devem ser conduzidos para a construção e compreensão da história natural da infecção dos papilomavírus nos hospedeiros. |