Avaliação de esteróis e n-alcanos em mexilhão perna perna como indicadores de contaminação no litoral do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Andrade, Antoni Felipe Oliveira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24169
Resumo: Propomos avaliar n-alcanos e esteróis como biomarcadores de poluição marinha em mexilhões machos e fêmeas da espécie Perna Perna (n=180) em três municípios do litoral do estado do Rio de Janeiro (Jurujuba-Niterói, Arraial do Cabo e Búzios) durante o período de verão e inverno. Os elevados valores denalcanostotais (TAlc > 120 µg.g-1 ), de mistura complexa não resolvida (MCNR > 1500 µg.g-1 ), e de compostos individuais permitiram identificar derivados petrogênicos nas três áreas estudadas, sendo Búzios a mais impactada, seguida de Jurujuba e Arraial do Cabo. A variação sazonal revelou maiores concentrações no verão do que no inverno. Ao se avaliar as diferenças entre os gêneros, observou-se as maiores concentrações da maioria dos compostos analisados nos machos. A contaminação por hidrocarbonetos do petróleo foi confirmada pela presença de mistura complexa não resolvida, assim como a razão desta entre os n-alcanos totais (MCNR/TAlc), pelo índice preferencial de carbono (IPC) e pela razão entre n-alcanos naturais e antropogênicos (RNA). Os n-alcanos pares de cadeia longa n-C22, n-C24 e n-C26 foram os que apresentaram maiores concentrações. A razão terrígeno-aquático (RTA) indicou contribuições terrígenas para a maioria das regiões. Ao avaliar a aplicabilidade das razões utilizadas, o IPC e a RTA demonstraram ser mais confiáveis na avaliação da origem de n-alcanos presentes nos mexilhões, seguidos da MCNR e dos TAlc. Dentre os esteróis, o coprostanol foi identificado em todas as amostras, com maiores concentrações em Arraial do Cabo (machos no verão), seguido de Búzios (fêmeas no inverno), enquanto que em Jurujuba não foram observadas diferenças significativas (p<0,05). Este resultado indica entradas constantes de esgoto em ambos os períodos. A presença deste composto esta relacionada a descargas de esgoto doméstico oriundas das grandes áreas urbanas ao entorno das regiões estudadas. O colesterol foi o esterol predominante em todos os organismos e suas maiores concentrações acompanharam os teores de coprostanol. Os esteróis campesterol, estigmasterol e β-sitosterol foram predominantes nas regiões de Arraial do Cabo no verão, seguidos de Búzios e Jurujuba, ambas durante o inverno, sendo maiores nos machos. A presença desses fitoesteróis e do esterol fecal coprostanol sugerem processo de eutrofização em todas as regiões e períodos analisados, além disso, as características sedimentares das regiões estudadas estão diretamente relacionadas à biodisponibilidade dos compostos, favorecendo maior bioacumulação nos mexilhões das áreas de Arraial do Cabo e Búzios por exemplo.