Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Rego, Vittória Thiengo Silveira Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37685
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Resumo: |
Introdução: o racismo estrutural e institucionalizado na sociedade brasileira, juntamente com a branquitude dos sujeitos, produz e mantém desigualdades e iniquidades raciais em saúde. Objetivo: analisar as influências da branquitude dos enfermeiros quanto ao cuidado da saúde da população negra descritas na literatura. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa do tipo descritivo realizada em seis etapas, em ambiente virtual, a partir da BVS, nas bases de dados Lilacs e Bdenf, do Portal de Periódicos da Capes, nas bases de dados Scopus e Web of Science, e da PubMed, nas bases Medline e SciELO. Para recuperar artigos sobre os estudos críticos da branquitude na área da saúde na literatura cinzenta, definiu-se incluir o Observatório da Branquitude e a Biblioteca Virtual Clacso, sendo os dados coletados analisados conforme o Método de Análise de Conteúdo. Resultados: a partir da análise dos 12 artigos selecionados, emergiram três categorias: a) equidade e saúde da população negra; b) a mulher negra e a interseccionalidade na saúde; e c) PNSIPN e racismo institucional. Discussão: a) o racismo estrutural, criado e sustentado pela branquitude, atravessa diretamente a morbimortalidade da população negra, de maneira que as enfermidades não acometem os brasileiros igualmente, mas sim mais intensa e cruelmente os afro-brasileiros. Por essa razão, devemos identificar que os diversos contextos que transpassam os sujeitos constroem subjetividades e demandas ímpares, as quais devem ser tratadas desigualmente, em uma discriminação positiva, em concordância com o princípio de equidade; b) as mulheres negras, sobretudo as pobres, são duplamente violentadas pelo racismo e pelo machismo, uma vez que, ao vivermos em um sistema capitalista essencialmente dependente do racismo estrutural e do cis-heteropatriarcado, devemos nos apoiar na teoria da interseccionalidade para compreender a complexidade das combinações das camadas de opressão sistemáticas sofridas em decorrência de raça, gênero e classe; e c) na prática, os pacientes são novamente violentados pelo racismo institucional, que justifica: o desconhecimento da PNSIPN; a falta de capacitação dos profissionais para cuidar desse grupamento racial; os preconceitos e atos discriminatórios baseados em estereótipos racistas; as minimizações das queixas; a manutenção de esquemas terapêuticos comprovadamente ineficazes para o tratamento das doenças e agravos de maior prevalência; a recusa em administrar medicamentos para alívio da dor em pacientes com doença falciforme; a falta de analgesia para as mulheres em trabalho de parto submetidas à episiotomia; entre tantas outras infinitas manifestações do racismo institucional, abrangendo aquelas ainda não atestadas pelos estudos em razão de as pessoas negras temerem sofrer retaliações ou culpabilizações ao exporem a violência sofrida. Conclusão: enfermeiros e enfermeiras, categoria profissional majoritariamente branca, no auge da branquitude acrítica, não estão atualizados quanto à problemática do racismo na saúde, revelando a principal influência da branquitude quanto ao cuidado da saúde da população negra. Portanto, os profissionais que esperançam o cuidado humanizado e equitativo em saúde devem buscar ressignificar o modo de pensar e, ao fim, cuidar. Sendo assim, é inadiável racializar o cuidado em saúde com bases abertamente antirracistas. |