Implicações socioeconômicas da expropriação financeira dos rendimentos do trabalho no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Nader, Giordanno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37317
Resumo: O capitalismo contemporâneo global é caracterizado pelo crescente predomínio das finanças na acumulação de riqueza e na valorização do capital. Esse fenômeno, conhecido na literatura como “financeirização”, tem sido extensivamente estudado, principalmente em economias centrais como os Estados Unidos e os principais países da Europa Ocidental. No entanto, os países ditos periféricos também estão sujeitos à financeirização e, em função disso, suas as condições específicas devem ser consideradas caso a caso. A presente tese de doutorado integra esse campo de estudo florescente das análises periféricas, debruçando histórico-analiticamente sobre o caso particular do Brasil. Explora-se, neste sentido, como as famílias e as classes trabalhadoras brasileiras foram envolvidas na lógica da financeirização, destacando a crescente dependência das fontes financeiras de riqueza, incluindo o endividamento. Essa dependência é consequência de fatores como a precarização dos serviços públicos associada às facilidades de endividamento e à implementação de políticas sociais vinculadas aos mercados financeiros, o que resulta na chamada “expropriação financeira dos rendimentos do trabalho”, principal objeto de análise desta pesquisa, cujo o qual se manifesta basicamente na crescente transferência de renda e recursos das classes trabalhadoras para os setores financeiros, através de juros, taxas, comissões e outros serviços financeiros. O estudo também examina os impactos econômicos e sociais desse movimento de expropriação financeira, observando como ela contribui para o aumento da desigualdade de renda e piora nas condições de vida das camadas mais pobres da população. O contexto brasileiro é analisado em detalhes, considerando a história da desigualdade no Brasil, a inserção subordinada na acumulação internacional e a mudança na ênfase na condução das políticas econômicas e sociais no período correspondente pós- estabilização monetária, ou seja, nas últimas três décadas.