Detecção molecular de Bartonella spp., Mycoplasma spp. e Borrelia spp. em Leontopithecus chrysomelas (Kuhl, 1820) de vida livre e alterações hematológicas associadas a infecção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Aline Vieira Pinheiro dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27133
Resumo: O pequeno primata da espécie Leontopithecus chrysomelas pertence à Família Callitrichidae, sendo endêmico da Mata Atlântica do sul da Bahia ao noroeste de Minas Gerais. Devido à crescente urbanização, estes animais têm contato com a população e podem transmitir agentes causadores de doenças. Bactérias do gênero Bartonella, podem gerar doença da arranhadura do gato em humanos ou evoluir para endocardite e óbito, principalmente em imunocomprometidos. Há relato de infecção por Bartonella transmitida por contato com primatas. Os micoplasmas hemotrópicos são pequenas bactérias pleomórficas que infectam uma vasta quantidade de espécies de mamíferos em todo o mundo. Três espécies foram descritas como patógenos de primatas não-humanos: ‘Candidatus Mycoplasma kahanei’, ‘Candidatus Mycoplasma haemomacaque’ e ‘Candidatus Mycoplasma aoti’. As borrelioses são determinadas por espiroquetas do gênero Borrelia, agentes transmissíveis, principalmente, por carrapatos aos animais e/ou ao homem. Há relatos de borreliose acometendo diversas espécies de animais silvestres e primatas vem sendo utilizados como modelo experimental da infecção. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de infecção por Bartonella spp., Mycoplasma spp. e Borrelia spp. em micos-leões-de-cara-dourada (L. chrysomelas) de vida livre, por métodos moleculares, associando os resultados hematológicos obtidos. Foram analisadas amostras sanguíneas de 200 animais de uma população invasora exótica translocada de uma Reserva de Mata Atlântica (Parque Estadual da Serra da Tiririca - Niterói – RJ- BR), para uma floresta em sua área nativa (Bahia, Brasil). Os hemogramas foram processados em contador hematológico automatizado e esfregaços corados por Romanowsky analizados em microscopia optica na imersão. A análise molecular foi realizada por reação da polimerase em cadeia convencional, utilizando primers específicos para cada agente. Os ensaios moleculares revelaram 1 % (2/200) de amostras positivas para Mycoplasma spp e 16 % (32/200) para Borrelia spp. Nenhuma das amostras apresentou resultado positivo para Bartonella spp. Concluindo, os resultados suportam algumas teorias: (i) Existe baixa probabilidade de L. chrysomellas de vida livre sem sinais clínicos de doença apresentarem bacteremia por Bartonella spp., não devendo ser considerados como potenciais trasmissores deste agente; (ii) os gêneros Borrelia e Mycoplasma, estão circulando entre populações de primatas não-humanos no Brasil; (iii) foram observadas discretas alterações hematológicas nos animais infectados por Mycoplasma spp. e Borrelia spp., sugerindo um papel de reservatório silvestre para estes agentes.