Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Borba, André França Rocha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24848
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Resumo: |
Museu de tudo, livro de João Cabral de Melo Neto publicado em 1975, apresenta uma contradição logo no título. Como aborda Secchin (2014), há um paradoxo entre a seletividade esperada de um museu e a variedade temática apresentada nos poemas. Dentre os assuntos, é possível perceber que há uma forte presença da memória e considerações sobre o tempo. Para Senna (1980), a memória permeia a obra cabralina e se adensa gradativamente. O século XX, justamente, é marcado pela emergência da memória como uma preocupação constante na produção artística e literária. Assim, nos interessa revisitar a poética de João Cabral a partir do novo fôlego proporcionado pela contemporaneidade e investigar como tempo e memória se fabricam em Museu de tudo não apenas como temas, mas como forças que atravessam o livro. De maneira conjunta, investigamos os poemas sob a perspectiva dos procedimentos estéticos que apontam para um “lirismo reticente” (PEIXOTO, 1983) e uma personalização poética mais explícita com relação às obras anteriores do autor. A partir daí, recorremos a Friedrich (1978) para examinar a constituição da lírica na modernidade e as suas reverberações ao longo do século. Nesse mesmo movimento em que Cabral cria as bases de uma desdogmatização no livro de 1975, o autor constitui uma indiscernibilidade entre instâncias objetiva e subjetiva, de modo que as fronteiras entre um polo e outro não podem ser mais determinadas. Essa dificuldade de organização de limites consiste na consequência de uma relação permeada pela percepção atenta, designada por Bergson (2010), e que empreende o acesso a diferentes camadas da memória e do real. |