Certificações ambientais e a qualificação da arquitetura: razão de ser ou razão de valer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cerqueira, Maria Fiszon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23816
Resumo: A dissertação busca compreender as diferentes propostas de qualificação das certificações ambientais na arquitetura a partir de análises dos discursos que apresentam. Entende-se que essas possuem diferenças entre si, que podem ser percebidas a partir dos discursos que expõem. O trabalho se desenvolve a partir de um embasamento do contexto socioeconômico no qual se inserem as certificações, argumentando sobre a sociedade de consumidores, a emergência da responsabilidade ambiental e a sustentabilidade na arquitetura, discutindo ainda a aceitação tácita da sustentabilidade como algo inegavelmente benéfico e acima de interesses. A fundamentação do tema prossegue descrevendo os rótulos ambientais, primeira forma de controle para produtos nocivos ao meio ambiente, e localizando espacialmente as certificações, entendendo a urbanização no século XX e as particularidades da cidade contemporânea, como relevantes à conjuntura em que surgem as certificações. A partir de um arrazoado sobre as certificações ambientais no Brasil são definidas àquelas a serem estudadas. Foram utilizados como critérios para definição, atuação em escala nacional, existência de um órgão representante da certificadora no Brasil e disponibilidade de documentos oficiais das certificadoras destinados ao público brasileiro. São analisadas quatro certificações, LEED, AQUA-HQETM, Procel Edifica e Casa Azul. As análises são apresentadas individualmente, considerando o que cada certificadora intende destacar, a partir de elementos presentes no texto. Ao final, são apresentadas e debatidas as especificidades de cada programa, mostrando em que aspectos são essencialmente diferentes. Questiona-se o uso do termo sustentável para afirmar seu caráter indiscutivelmente benéfico para a sociedade, enquanto o mesmo discurso as valoriza como marca. É perceptível a proposta do Procel Edifica como um selo voltado à eficiência energética das edificações, o que torna passível que seja englobado por outros sistemas de certificação. Evidenciam-se nas apresentações do LEED e do AQUA-HQETM o destaque dado ao uso da marca e a valorização agregada à mesma. Essas vantagens são reforçadas pelo reconhecimento do nome e de sua identidade internacional, sendo voltadas a público disposto a pagar pela exclusividade. Voltado para empreendimentos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal, o Casa Azul, apresenta outra consciência sobre o tema, expondo em seu discurso os problemas sociais e ambientais acarretados pelas irregularidades da construção civil. Sua proposta está em incentivar a formalização do mercado, promovendo melhorias nesse âmbito. Assim, a análise se encerra entendendo a importância da conjuntura em que surgem as certificações, para que se possa de fato compreendê-las e debater suas propostas dentro da arquitetura.