Uma viagem possível: da escravidão à cidadania. Quintino de Lacerda e as possibilidades de integração dos ex-escravos no Brasil /

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Matheus Serva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28719
Resumo: Edgar Allan Poe publicava pela primeira vez, em 1841, o que viria a ser uma série de histórias protagonizadas pelo jovem cavalheiro francês Monsieur C. Auguste Dupin, considerado o precursor de Sherlock Holmes.3 Dupin gostava de se glorificar da capacidade de desembaraçar e deslindar mistérios, encontrando prazer nas atividades mais triviais que lhe permitissem exercer seus talentos. A perspicácia investigativa de Dupin não estava necessariamente ligada à quantidade de informações obtidas. Ela se baseava “tanto na validade da inferência como na qualidade da observação. O conhecimento necessário é o do quê deve ser observado”. O monsieur possuiria essa argúcia em grau elevado, gostando de exibir “na solução de cada mistério, um grau de acurácia que parec[ia] sobrenatural às pessoas de compreensão mais ordinária”, sendo impossível não deixar de notar essa sua “habilidade analítica peculiar”.4 Passados mais de cem anos, o método investigativo e analítico de Monsieur C. Auguste Dupin foi resgatado ao longo da década de 1970 pela historiografia, melhor dizendo, por uma vasta área das Ciências Sociais, e ganhou força no Brasil na década de 1980. Hoje, os historiadores comumente se utilizam de uma metáfora comparativa para explicar sua metodologia analítica que celebra o poder da sagacidade apreciativa presente na personalidade do personagem criado por Poe. A ideia é simples: o processo de investigação dos historiadores, com seus diversos percalços ao longo dos arquivos que devemos perambular no decorrer da pesquisa, se assemelharia ao de um detetive. A diferença é que não somos tão glamorosos como os detetives retratados pelas lentes dos filmes noir, com suas belas protagonistas e seu ar carregado da fumaça dos cigarros. Os nossos caminhos investigativos não nos levam a ruas escuras ou perseguições armadas. No máximo o perigo que nos ronda é menor, diria microscópico, podendo estar presente no ar que respiramos na Biblioteca Nacional ou na Fundação Arquivo e Memória de Santos.