Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Rugani, Marilia Álvares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/10969
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Resumo: |
Introdução: A doença falciforme é uma anemia hemolítica hereditária caracterizada pela produção de hemoglobina anormal, a hemoglobina S. A fisiopatologia da doença relaciona-se à polimerização da molécula anormal da hemoglobina, a qual se torna afoiçada com conseqüente oclusão microvascular. A liberação de hemoglobina livre, a hipóxia e as vaso-oclusões sucessivas levam a um estado inflamatório crônico, ativando diversos mediadores químicos que culminam em lesão do endotélio vascular. A homocisteína é um aminoácido normalmente presente no soro; a hiperhomocisteinemia provoca lesão e disfunção endotelial seguidas da ativação plaquetária e formação de trombos. A depuração sérica da homocisteína necessita de acido fólico e de vitamina B12, ambas as vitaminas essenciais para a eritropoese, que na doença falciforme, encontra-se muito elevada, por ser uma anemia hemolítica. Portanto, a hiperhomocisteinemia pode ser um fator de risco adicional para pacientes com doença falciforme. Objetivos: O principal objetivo deste estudo é verificar a associação entre os níveis de homocisteína e crises vaso-oclusivas agudas em pacientes com doença falciforme. Secundariamente, visa a avaliar a associação entre homocisteína e ácido fólico e entre a homocisteína e vitamina B12 nestes pacientes. Método: Estudo caso-controle realizado no HEMORIO, hospital público especializado em doenças hematológicas, entre abril e maio de 2005. A amostra foi calculada tendo como base 1600 pacientes com doença falciforme, matriculados no HEMORIO. Cinqüenta e três pacientes consecutivos com doença falciforme foram recrutados na unidade de emergência do HEMORIO, com crise vaso-oclusiva aguda (casos) e 105 pacientes consecutivos com doença falciforme foram recrutados no ambulatório (controles), sem história de crise vaso-oclusiva durante o último mês que antecedeu a data da entrevista. Foram coletadas amostras sangüíneas para medição da homocisteína, do ácido fólico, da vitamina B12 e da hemoglobina. Foi aplicado um questionário para registrar dados demográficos, uso suplementar de ácido fólico e vitamina B12, uso de hidroxiuréia e transfusão de sangue nos últimos três meses. Para os pacientes da emergência, também foi registrada a localização anatômica da crise vaso-oclusiva. Foram incluídos no estudo pacientes com mais de dois anos de idade e com hemoglobinopatia SS. Resultados: As médias de homocisteína e ácido fólico foram normais em ambos os grupos e a média da vitamina B12 foi inferior ao valor referência nos pacientes ambulatoriais; não houve significância estatística na comparação entre estas médias, em relação aos dois grupos. Houve uma correlação negativa entre homocisteína e folato (p = 0) e entre homocisteína e vitamina B12 (p = 0) em todos os grupos. Conforme recomendado pelo consenso sobre homocisteína, quando foi feito um corte do nível da homocisteína em 10 μmol/ 25% dos casos e 10% dos controles tinham homocisteína >10μmol /L, com OR 2,78(1,78 <OR <7,35 ) IC 95% p = 0038. Conclusão: O estudo não evidenciou a associação da homocisteína, em sua taxa sérica média, com crise vaso-oclusiva aguda na doença falciforme. Porém, demonstrou associação entre a ocorrência de crise vaso-oclusiva e homocisteinemia superior a 10 μmol /L (p=0,038). A homocisteimemia teve uma correlação inversamente proporcional com os níveis séricos de ácido fólico e de vitamina B12 |