Reconstrução paleoambiental holocênica através de registros de marcadores orgânicos na Região Amazônica e Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Zocatelli, Renata Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8565
Resumo: Esta tese está inserida em dois projetos de cooperação entre o CNPq e o IRD-França. O projeto “Climpast” que visa adquirir mais dados de alta resolução em ambientes continentais durante o Holoceno e o projeto “Biogeoquímica dos lagos de Várzea da Bacia Amazônica”. Foi utilizada a geoquímica orgânica como principal ferramenta na reconstrução da evolução ambiental e climática lacustre em dois ambientes distintos: Várzea do Lago Grande Curuai e Lagoa do Boqueirão, localizados na região Amazônica e Nordeste do Brasil, respectivamente. Foram coletados dois testemunhos, sedimentos superficiais e amostra da vegetação do entorno do lago nas áreas estudadas. Para a caracterização da MO foram utilizados marcadores globais (C, N, S, Rock-Eval, palinofácies e δ13C e δ15N) e marcadores orgânicos como lignina, n-alcanos e triterpenos pentacíclicos. Os triterpenos pentacíclicos e seus produtos de degradação foram identificados e quantificados para avaliar os processos de diagênese ocorridos durante o transporte e deposição da matéria orgânica. Alguns triterpenos pentacíclicos se destacaram como traçadores específicos: des-A-lupano como marcador de desenvolvimento de cinturão de macrófitas ou de vegetação alagada e os PTMEs como marcador de gramíneas. Na várzea do Lago Grande Curuai a análise da composição da matéria orgânica indica a presença de uma vegetação de floresta inundada 5700 a 5100 anos cal AP. O período seguinte, após 5100 anos cal AP foi marcado pelo aumento do nível do lago, caracterizando a existência de um clima mais úmido. A partir de 5000 a várzea passa a apresentar diminuição progressiva do nível do lago. O retorno das condições atuais, mais úmidas é observado a partir de 700 anos cal AP. Na Lagoa do Boqueirão o início da sedimentação lacustre ocorreu há 7100 anos cal AP. Até 4400 anos cal AP o lago apresentou progressivo aumento do nível de suas águas. No período seguinte de 4400 a 3600 anos cal AP foi observado o estabelecimento de macrófitas sugerindo um menor nível da lagoa. Entre 3200 a 2430 anos cal AP a variabilidade dos parâmetros analisados indica a subida do nível da lagoa, porém de forma não constante, com eventos úmidos e secos se alternanando. O período entre 2340 e 1850 anos cal AP foi marcado pelo aumento de des-A-lupano e PTMEs sugerindo a diminuição do nível da lagoa e desenvolvimento de comunidades de ecossistema marginal como cinturão de Eleocharis devido a presença de um clima mais seco. Entre 1850 a 1450 anos cal AP foi observado mais um evento de subida do nível da lagoa. Entre 1450 a 850 anos cal AP foi observada a volta dos marcadores que indicam desenvolvimento de vegetação marginal. O desenvolvimento da vegetação marginal se deu de forma progressiva, porém extremamente bem marcada indicando progressivo aumento das condições secas na região. O período seguinte, de 850 a 400 anos cal AP foi marcado pela volta de condições mais úmidas a partir de 650 anos cal AP.