Cartografias do cuidado em saúde para adolescentes e jovens: um estudo sobre a organização e os processos de trabalho de uma unidade básica de saúde da rede SUS municipal do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Fonseca, Tatiana de Oliveira e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9235
Resumo: Este estudo analisa a experiência de organização do processo de trabalho de uma Unidade Básica de Saúde, com atendimento voltado exclusivamente para adolescentes e jovens de 10 a 24 anos de idade, quanto aos modos de produção do cuidado, no aspecto de sua micropolítica. É um estudo de natureza qualitativa, que se insere no campo das avaliações em saúde. Trata-se de um estudo de caso em que foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, análise documental e o fluxograma descritor. A dimensão da organização e da produção do cuidado foi a matriz analítica. Os principais resultados observados foram a organização do processo de trabalho não centrada em ações programáticas, com uma diversidade de práticas e lógicas de produção do cuidado; saberes operantes ora rompendo com o modelo tradicional da atenção básica, ora aprisionados pelas lógicas de procedimentos e das “funções” profissionais; a interferência dos afetos nos modos de produção do cuidado e na formação de vínculos; inoperância dos jovens promotores de saúde nas estratégias de organização do serviço; despreparo burocrático e administrativo da Rede-SUS do município para lidar com a proposta de inovação tecno-assistencial do Adolescentro. Identificou-se que o Adolescentro significou um avanço em termos de espaço de cuidado para os jovens no campo da atenção básica. Por outro lado, esse espaço, sofre a captura por normas e procedimentos burocráticos, ao mesmo tempo em que os profissionais autogovernam seu próprio processo de trabalho, na qual atitudes e ações não se prendem a fluxos oficiais e documentos normativos, exceto quando esse era o desejo dos mesmos. O fato de não haver uma imposição programática deu mais liberdade no exercício das ações de cuidado feitas pelos profissionais, mas também fez com que os mesmos se sentissem sem “chão” em relação ao saber fazer cotidiano, oportunizando tanto para práticas conservadoras quanto para práticas inovadoras. Falhou no sentido de conseguir pensar na elaboração de “tecnologias” de intervenção sobre os problemas, centradas no trabalho vivo em ato, e que enfrentassem as situações efetivas e necessárias para a mudança, por exemplo, um investimento no processo de desterritorialização de pensamentos e práticas conservadoras dos trabalhadores. Mesmo com as falhas e as dificuldades, consideramos que o dispositivo foi uma experiência relevante para o campo da Atenção Básica