Corpo e experimentações: por que desejamos nossa sujeição?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Monteiro, Thiago Pedro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/38630
Resumo: O presente ensaio acompanha fluxos, ritmos, cadências e decadências. Procura dizer sobre si à medida em que é feito, talhado, escrito, musicado, feito de silêncios – ainda que breves e curtos – e partículas pré-verbais. É disso que tal texto é feito ou pelo menos procura assim se fazer. Ensaio, erro, apago, continuo, vacilo, sou levado, esqueço uma contratura no ar, a mão queima, a coluna insiste em curvar para frente, as pernas doem, incham às vezes, alongo. Levanto para ir ao banheiro, vejo a paisagem. São quase 18h, horário de verão na sua cidade. Quinta-feira nove de novembro na sua intenet mal paga. A vida urge e ruge. Ensaiar, ao invés de escrever sobre, eis ao que estou condenado. Os fluxos deste ensaio seguem minha mudança de cidade, de Belo Horizonte para Niterói, mudança de proposta de projeto e a de colocar meu corpo como um ensaiante. Proposta de pesquisar enquanto escrevo, de ensaiar enquanto andando, bailo. De escrever enquanto na próxima linha, caio, de chamar um amigo, de esquecer que pesquisar pode ser um ensaio. Não pesquisar sobre, mas pesquisar com; pesquisar com meu corpo. Ou melhor, também com meu corpo. Observar, perceber em nós a opressão não é fácil. Pedimos a opressão? Uma vida triste? Um questionamento intriga: é isso que nos resta? O que nos coloca nessse estado fantasmático? Como? Quais insurgências, revoltas, guerras e desobediências são possíveis, necessárias, fundamentais? O devir da ética e a ética do devir. Tudo acontece no exato momento em que menos se espera. As mudanças, os cortes. É tempo de ser, mas também é tempo de agora pouco já se foi e também és o tempo que ainda agora será: é o tempo da latitude do corpo. Depois do corpo, de experimentar com o corpo, saber escolher entre bons e maus encontros; transvalorar todos os valores: no seu dia-a-dia; contigo mesmo. És tempo já, segure tais páginas ou jogue fore, jogue pro alto, não feche, feche os olhos, ouça: é preciso ensaiar um caos dentro de si para dar a luz a uma estrela dançante.