Estudo dos efeitos do esteróide ouabaína na população linfocitária em um modelo subcutâneo de melanoma murino (B16F10)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Mayara Cristini Sebastião
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34573
Resumo: Introdução: A ouabaína (OUA) é um esteróide que foi usado para o tratamento de insuficiência cardíaca, pois é um inibidor específico da Na+/K+-ATPase. Foi descoberta em plantas africanas Acocanthera ouabaio e em sementes de Strophantus gratus, e, posteriormente, foi descrita como uma substância endógena de mamíferos. A ouabaína é capaz de modular as células do sistema imunológico, além de possuir atividade anti inflamatória. O melanoma é um tumor derivado de melanócitos epidérmicos, sendo considerado o câncer de pele mais letal. Nosso interesse em estudar o melanoma murino B16F10 inoculado pela via subcutânea em camundongos C57BL/6 está no fato de que este modelo se assemelha ao melanoma humano. Uma vez que a ouabaína é capaz de modular os linfócitos e a imunidade anti-tumoral, nossa hipótese é que animais tratados com a ouabaína, portadores de melanoma subcutâneo, ao apresentarem modificações na resposta imunológica, apresentarão uma melhora na resposta contra esta neoplasia. Objetivo geral: Investigar se a ouabaína modula os linfócitos B e T e se essa modulação promove uma melhora na resposta imunológica ao tumor no modelo de melanoma subcutâneo. Objetivos específicos: avaliar se houve alteração no peso dos animais tratados com ouabaína e portadores ou não do tumor; avaliar se o tratamento com ouabaína altera o percentual e número de linfócitos B e T no baço, linfonodos mesentéricos e inguinal em animias portadores de melanoma subcutâneo e tratados com ouabaína; avaliar os níveis séricos totais das imunoglobulinas IgM e IgG dos animais portadores de melanoma subcutâneo tratados ou não com ouabaína, além de analisar o percentual de sobrevivência dos animais tratados ou não com ouabaína e portadores do tumor. Material e Métodos: Camundongos fêmeas C57BL/6 foram injetados intraperitonealmente por três dias conssecutivos com 200 µL de meio DMEM nos grupos controle (CTR) e melanoma (MEL) ou com 0,56mg/kg de OUA nos grupos ouabaína (OUA) e melanoma mais ouabaína (MELOUA). No 4º dia, metade dos animais dos grupos CTR e OUA foram eutanasiados para controle interno do experimento e os grupos MEL e MEL+OUA foram inoculados por via subcutânea no flanco com células de melanoma (B16F10). No 21º dia, todos os demais animais foram eutanasiados para retirada do baço, linfonodos mesentéricos e iguinais. As células foram marcadas com diferentes anticorpos, a análise foi feita por citometria de fluxo e foi realizado o teste estatístico ANOVA, com significância pré-definida em p<0,05. Resultados: Nossos resultados mostram que, no 4º dia, o tratamento com OUA diminui a porcentagem e o número absoluto de células B no baço, confirmando os resultados anteriores do nosso grupo. No linfonodo inguinal, no 21º dia, a ouabaína promoveu um aumento do número absoluto de células B no grupo MEL+OUA quando comparado aos demais grupos no mesmo órgão. E também no 21º dia, houve diminuição do percentual de células T CD4+ no grupo MEL+OUA quando comparado ao grupo controle no linfonodo inguinal. Houve diminuição no peso e tamanho do tumor dos animais tratados com ouabaína quando comparado aos não tratados. A ouabaína também aumentou os níveis séricos de imunoglobulinas M e G totais nos animais portadores de melanoma tratados. O tratamento prévio com ouabaína tende a aumentar a sobrevivência dos animais portadores de melanoma. Conclusão: Os resultados apontam para um efeito da ouabaína na redução do crescimento tumoral, no recrutamento de linfócitos B para o linfonodo drenante do tumor, além do aumento dos níveis séricos de imunoglobulinas IgG e IgM totais e na sobrevivência dos animais tratados e portadores de melanoma.