Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Souza, Fernanda Aline de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24932
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Resumo: |
Esta dissertação propõe discutir a escuta de crianças e adolescentes vítimas de violência e a práxis da psicologia no sistema de justiça. Foi realizada uma pesquisa qualitativa composta por uma revisão da produção bibliográfica sobre a emergência da metodologia da escuta especial e da práxis psi no sistema de justiça, bem como a utilização de minhas observações do cotidiano de trabalho, como psicóloga do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, para a análise dos dados. A pesquisa objetivou problematizar de que forma a emergência da metodologia da escuta especial pode ser uma questão de análise dos tensionamentos da atual disputa ético-política sobre o que é a psicologia em interface com a justiça. Se, por um lado, a psicologia conseguiu demonstrar nas últimas décadas que não há depoimento sem danos, ou seja, sem a produção de violência para crianças e adolescentes que já sofreram violência (revitimização), por outro lado, o avanço dessa prática e dos discursos que a fazem ganhar força, justificam-na como a solução atual para o Estado lidar contra a violência supostamente perpetrada pelos acusados. Conclui-se que falar da escuta especial é falar, no plano macropolítico, do modo atual como a produção de direitos humanos está sendo promovida no país; da tentativa de tutela da psicologia pelo sistema de justiça; da permanente construção de uma práxis e do compromisso ético-político da categoria profissional; da judicialização das práticas sociais no contexto do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes; do racismo à brasileira; da expansão da criminalização e do punitivismo como respostas do Estado aos altos índices de violência no Brasil; das condições de trabalho das psicólogas no sistema de justiça; e da necessidade de ampliação de questionamentos sobre o que é a escuta psicológica no sistema de justiça na atualidade. |