Cartografia dos processos educativos presentes no cotidiano de trabalho da equipe de enfermagem de um hospital psiquiátrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Muniz, Marcela Pimenta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/1080
Resumo: A presente pesquisa surgiu a partir da minha inquietação referente aos processos educativos permanentes junto à equipe de enfermagem que tem se desenhado no contexto do hospital psiquiátrico. A literatura do campo da enfermagem psiquiátrica, com foco no cuidado em saúde mental, descreve que a realidade da enfermagem ainda é incipiente no que diz respeito a compreender/modificar o processo de trabalho. O objeto de estudo foi a institucionalização da educação permanente da equipe de enfermagem no contexto de um hospital psiquiátrico. Essa dissertação teve como objetivo descrever os processos educativos permanentes para a equipe de enfermagem que ocorrem em um hospital psiquiátrico, identificando as lacunas e as potencialidades destes processos educativos para a equipe de enfermagem. Foi desenvolvida uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratório, com base no referencial teórico-metodológico da Análise Institucional. A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante e de grupo focal. Os dados foram analisados com base na Análise Institucional e nos preceitos da Reforma Psiquiátrica. Apresenta-se como resultado a elaboração de uma cartografia a respeito dos processos educativos em enfermagem no cotidiano do hospital psiquiátrico. De acordo com as demandas da Reforma Psiquiátrica, o papel dos serviços de saúde deve ser o de garantir a visão do portador de sofrimento psíquico como cidadão, onde o tratamento não deve servir de tutela, mas sim de libertação. Para isso, é necessário que as equipes de enfermagem participem de espaços educativos onde possam refletir a respeito das novas práticas de cuidar no campo psicossocial, onde possam falar e ouvir sobre as implicações da Reforma Psiquiátrica para as equipes de enfermagem e onde possam refazer constantemente os atravessamentos individuais e coletivos dessas equipes sobre o indivíduo psicótico. Concluiu-se que a educação permanente em enfermagem deve ter como principal mote o desempenho de um cuidado como prática social. Deve propiciar que os profissionais de enfermagem busquem abordar o portador de sofrimento psíquico através da responsabilidade com o cuidado humano, com agenciamentos intra-equipe e extra-setor saúde, acompanhando esses portadores em seu dia a dia, isto é, na vida, respeitando-o em suas especificidades, em suas peculiares escolhas e apostando – ainda que provisoriamente – em vê-los usufruindo de um convívio social. Assim, as ações educativas em serviço devem servir para desenvolver novas formas de compreender e interpretar a realidade, questionar, discordar, propor soluções, favorecer a reflexão em favor da sociedade