“O golpe, o golpe, o golpe”: entre ecos de protesto, a construção de um ethos irônico nas crônicas políticas de Arnaldo Jabor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Jefferson dos Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10057
Resumo: Em busca de tecer reflexões sobre a relação entre identidade, discurso e sociedade, procede-se, nesta pesquisa, à análise da construção identitária do sujeito enunciador Arnaldo Jabor – cronista de destaque na mídia brasileira – em dois momentos de grande efervescência da política nacional, ligados à atuação do Partido dos Trabalhadores (PT) à frente do governo federal. Mais especificamente, neste trabalho, nos debruçaremos sobre dez textos, sendo cinco deles expostos no livro Pornopolítica, de (2006), e cinco produzidos para o jornal impresso O Globo no ano de 2016. Dentre esses textos, duas crônicas foram selecionadas para uma análise mais apurada, sendo uma publicada no ano de 2006, “Viva a crise!”, e outra em 2016, intitulada “O golpe, o golpe, o golpe – O verdadeiro golpista foi o PT, esse partido que nos desmanchou”. Os demais textos serão analisados sob forma de tabela e anexados no final desta pesquisa. Examinamos os referidos textos com o objetivo de focalizar a imagem que o enunciador projeta de si mesmo por meio do discurso produzido, supondo a constituição de um ethos irônico caracteristicamente. No âmbito dos procedimentos de análise, este trabalho investiga, de modo particular, a menção irônica dada pelo emprego do mecanismo coesivo de repetição de palavras, do recurso tipográfico das aspas e das expressões nominais, assumindo-os como marcas linguístico-discursivas constitutivas do suposto ethos irônico de Jabor. Como fundamentação teórico-metodológica, convocamos uma orientação calcada na Análise Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2005 e 2008), a que se conjugam as noções de ethos, especialmente da perspectiva aristotélica retomada por Charaudeau (2015), Maingueneau (2015), Amossy (2005) e Fiorin (2015), e de ironia, em conformidade com Brait (2008), Maingueneau (2002) e Machado (2014). Acreditamos que esse trabalho contribua para a discussão de um tema relevante e recorrente no atual cenário político que o Brasil tem atravessado: a crise financeira instaurada no país que estava sob o governo de Lula no ano de 2006 e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no ano de 2016, ocorrido sob o pretexto de que a mesma havia cometido o crime de responsabilidade fiscal