Formação de biofilme por microrganismos patogênicos em próteses mamárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Gabriel Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9726
http://dx.doi.org/1022409/PPGMPA.2019.m.14810966720
Resumo: A mamoplastia de aumento é a cirurgia estética mais realizada no mundo e está em constante ascensão, tanto pelo impacto na autoestima quanto pela reconstrução pós-mastectomia. Porém, os implantes podem se tornar foco para a formação de biofilme, podendo levar a graves quadros infecciosos e aumento na predisposição a contratura capsular ou linfoma anaplásico de células grandes. Os objetivos do estudo foram: (i) avaliar a formação de biofilme em placas de poliestireno por patógenos associados a infecções em biomateriais; (ii) analisar a formação de biofilme em placa após tratamento com fibrinogênio e colágeno; (iii) observar a estrutura do biofilme em superfícies de próteses mamárias por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e (iv) analisar a viabilidade das células do biofilme nas próteses por microscopia confocal. Foram selecionadas uma amostra de referência e uma amostra clínica das espécies Corynebacterium diphtheriae, Enterococcus faecalis, Mycobacterium fortuituim, Mycobacterium abscessus subsp. massiliense, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Enterococcus faecalis e Streptococcus pyogenes. As amostras foram inoculadas em placas de poliestireno com e sem acréscimo de fibrinogênio ou colágeno para a observação da formação de biofilme por espectrofotometria. Subsequentemente, as amostras clínicas foram incubadas na presença de fragmentos de superfícies das próteses: molde de silicone liso, silicone texturizado, silicone microtexturizado e poliuretano. Após incubação e processamento, os fragmentos foram avaliados por MEV e microscopia confocal. Todos os microrganismos analisados demonstraram um forte potencial de formação de biofilme em placas de poliestireno, exceto as micobactérias. Após o tratamento do fundo da placa com fibrinogênio, houve aumento significativo na produção de biofilme da amostra de referência de S. aureus e da amostra clínica de C. diphtheriae e redução nas amostras de referência de C. diphtheriae e S. pyogenes (p<0,05). Por sua vez, o tratamento do fundo da placa com colágeno permitiu a observação do aumento significativo de formação de biofilme nas amostras de referência de M. fortuitum, S. aureus e S. epidermidis e diminuição nas amostras clínicas de E. faecalis, S. aureus, S. pyogenes e nas amostras de referência de C. diphtheriae e S. pyogenes (p<0,05). Pela MEV, foram visualizadas células de todas as espécies investigadas aderidas às quatro superfícies testadas, além de substância extracelular polimérica, microcolônias e microcanais, com destaque para os microrganismos C. diphtheriae, S. aureus e M. fortuitum, sobretudo nas superfícies microtexturizada e texturizada. Por microscopia confocal, foi possível observar viabilidade na maioria das células em biofilme nas quatro superfícies testadas. As microscopias destacaram, maior potencial de formação de biofime bacteriano sobre as próteses com superfície de silicone microtexturizada e texturizada; menor potencial foi observado sobre o molde de silicone liso, independente da espécie. Em todas as análises, S. aureus apresentou maior potencial de formação de biofilme. Contudo, todas as espécies foram capazes de formar biofilme nas superfícies de próteses testadas, apontando para o amplo risco de desenvolvimento de infecções associadas a implantes mamários no período pós-cirúrgico.