Caracterização da formação de biofilme e perfil de resistência das espécies staphylococcus pseudintermedius e staphylococcus schleiferi isolados de caninos
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/12971 |
Resumo: | As espécies do gênero Staphylococcus são ubíquas na natureza, podendo estar presentes como parte da microbiota de diferentes animais, bem como associadas a uma grande variedade de doenças infecciosas em seus hospedeiros. Em cães, elas são a principal causa de piodermites e otites, sendo Staphylococcus pseudintermedius a espécie mais isolada nesses casos. A emergência de Staphylococcus resistentes a fármacos em cães, como S. pseudintermedius resistentes a meticilina (MRSP), tem sido fonte de grande preocupação. A resistência, aliada à capacidade de virulência das espécies de estafilococos, é uma questão extremamente importante para a saúde animal. A formação de biofilme constitui-se como um importante fator de virulência das espécies do gênero e tem sido avaliada em espécies de origem humana. A capacidade de formação de biofilme pode estar associada a infecções crônicas e de difícil tratamento, e em estafilococos, está associada à presença do operon ica. O objetivo deste estudo foi investigar a resistência antimicrobiana e a formação de biofilme nas espécies S. pseudintermedius e S. schleiferi isoladas a partir de cães assintomáticos e com infecções tópicas. As coletas foram feitas no período de julho de 2016 a junho de 2017 nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Em animais colonizados amostras foram colhidas com auxílio de swab estéril da cavidade nasal e do períneo. Em animais com piodermite foram coletadas das pústulas íntegras, e as dos animais com otite, da cavidade auricular. Os espécimes clínicos foram semeados em Ágar Manitol Salgado e incubados a 37ºC por 24h. A identificação das espécies foi realizada por espectrometria de massas do tipo MALDI-TOF MS. A formação de biofilme foi avaliada através de um ensaio espectrofotométrico quantitativo em placa de microtitulação. A avaliação do perfil de resistência foi feita através do método de discodifusão e 14 antimicrobianos foram testados, conforme as recomendações do CLSI. 15 espécies diferentes foram isoladas de cães: S. pseudintermedius, S. schleiferi, S. aureus, S. sciuri, S. epidermidis, S. haemolyticus, S. hominis, S. warneri S. cohnii, S. simulans, S. lugdunensis, S. xylosus, S. arlettae, S. nepalensis e S. saprophyticus. A mais isolada dos cães com infecções e colonizados foi S. pseudintermedius (53,2%), seguido de Staphylococcus schleiferi (25,9%). Foi observada uma diferença significativa (P=0.0467) entre as espécies mais isoladas de secreção dérmica (S. pseudintermedius) e secreção auricular (S. schleiferi). Antibióticos com as maiores taxas de resistência foram Penicilina (54,4%), Tetraciclina (39,8%) e Eritromicina (39,2%). Em amostras de S. pseudintermedius também foram Penicilina (83,3%), Tetraciclina (66,6%) e Eritromicina (62,9%). E em amostras de S. schleiferi foram Gentamicina, Tobramicina (19,5%) e Ciprofloxacina (12,2%). Foi encontrada uma porcentagem de MRS de 12,6% e de MRSP de 10,1%. A grande maioria das amostras (123/125) foi capaz de produzir biofilme sendo a maioria (81,6% ou 102/125) forte produtora de biofilme. Para a espécie S. pseudintermedius todas as amostras foram capazes de produzir biofilme: 84,5% (71/84) classificadas como fortes produtoras, 11,9% (10/84) moderadas produtoras e 3,5% (3/84) fracas produtoras. Em relação ao S. schleiferi, 75,6% (31/41) foram fortes produtoras de biofilme, 9,7% (4/41) foram moderadas produtoras de biofilme, 9,7% (4/41) fracas produtoras de biofilme e 5,0% (2/41) não foram capazes de produzir biofilme. Não foi observada diferença significativa (P=1.000) em relação à formação de biofilme entre amostras de MRSP e MSSP. Em conclusão, observou-se neste estudo um panorama das espécies isoladas de cães com infecções e colonizados, porcentagens consideráveis de resistência aos antimicrobianos, uma prevalência relevante de cepas de MRS, e que a grande maioria das amostras foi capaz de produzir biofilme, muitas de maneira forte ou moderada. Estes achados foram relevantes, principalmente quando se trata de amostras de colonização, uma vez que a espécies de estafilococos possuem potencial zoonótico. |