Caracterização da formação de biofilme de Staphylococcus pseudintermedius em dispositivos médicos
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/15781 |
Resumo: | As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam um problema preocupante de difícil erradicação, principalmente quando associadas a bactérias formadoras de biofilme. O gênero Staphylococcus é responsável pela maioria dos casos de IRAS em humanos, e atualmente também é uma realidade em instalações de saúde animal, sendo Staphylococcus pseudintermedius o principal agente etiológico de piodermite e infecções de sítio cirúrgico (ISC) em cães. Sua capacidade de formação de biofilme é o principal motivo de ISC persistente e tem sido relatada em associação com implantes cirúrgicos em cães, causada por cepas susceptíveis e resistentes à meticilina (MSSP e MRSP, respectivamente). Quando a infecção ocorre após uma cirurgia ortopédica, a cicatrização é demorada e frequentemente requer procedimentos cirúrgicos adicionais para a remoção do implante. É uma fonte de morbidade significativa, de alto custo e ocasional mortalidade do paciente. S. pseudintermedius resistente à meticilina (MRSP) surgiu rapidamente em animais de companhia causando infecções hospitalares, o que limita as opções de tratamento. As infecções por MRSP também podem ser consideradas um problema de saúde pública, pois possuem potencial zoonótico. O objetivo do estudo foi avaliar a capacidade de formação de biofilme por Staphylococcus pseudintermedius em material ortopédico de titânio e fios de sutura comumente utilizados em cirurgias de pequenos animais, bem como avaliar a presença de genes possivelmente envolvidos na formação de biofilme dessas bactérias. Material ortopédico de titânio (porcas estéreis) e quatro tipos de fios de suturas (cortados assepticamente em segmentos de 1 cm) foram utilizados. Os segmentos e o material ortopédico foram incubados em caldo de triptona de soja suplementado com glicose 1% contendo suspensões padrão de oito amostras de S. pseudintermedius, em placas de 24 poços a 37 °C por 24h. Os materiais foram corados com safranina e a produção de biofilme foi medida por densidade óptica (DO) após agitação em vórtex de cada segmento de sutura e material ortopédico. Além disso, para a contagem de UFCs após a incubação, os segmentos e as porcas foram lavados com água destilada e sonicados para remover as bactérias aderentes, seguido de vortexação. As suspensões resultantes foram submetidas a diluição serial, seguida de plaqueamento e contagem de colônias. Os genes associados à formação de biofilme (icaA e icaD) foram identificados por PCR. A formação de biofilme não foi detectada nos segmentos de fio de sutura de nylon e polipropileno. Nos fios de sutura de ácido poliglicólico e de algodão, todas as amostras foram capazes de formar biofilme. Todas as amostras foram capazes de formar biofilme em porca de titânio. Foi possível realizar a contagem de UFC em todos os materiais testados. A técnica de PCR revelou a presença dos dois genes (icaA e icaD) em todos os isolados. S. pseudintermedius foi capaz de formar biofilme no material ortopédico e em alguns fios de sutura testados, representando um sério problema não apenas aos animais submetidos a cirurgias ortopédicas e gerais, mas também aos proprietários e médicos veterinários, devido à interação íntima com cães e o risco de transmissão zoonótica. Estudos posteriores são necessários para testar possíveis maneiras de superar essa problemática. Os materiais ortopédicos e fios de sutura que permitem a formação de biofilme dificultam a prevenção e o tratamento de uma infecção de sítio cirúrgico. Portanto, é conveniente priorizar materiais que não facilitem a formação de biofilme, como fios de nylon, além do desenvolvimento de novas medidas preventivas e terapêuticas. |