A batalha do impeachment/golpe: os sentidos de um sítio bélico de significância no discurso jornalístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Perini, Rudá Da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9527
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral refletir sobre o funcionamento do léxico no discurso jornalístico sobre política. Enquanto dispositivo teórico e analítico, esta pesquisa ancora-se no campo da Análise do Discurso materialista, tal como postulada por Michel Pêcheux na França, e reterritorializada por Eni Orlandi no Brasil. A partir desta perspectiva teórica, o engajamento da pesquisa em tela se dá com a identificação de uma regularidade lexical que nos levou à configuração do que indicamos como um sítio de significância, isto é, uma rede de sentidos conectados entre si e a um sentido central, nesse caso, o sentido de guerra. Nosso corpus se constitui a partir da seleção e recorte de dois materiais: 1) duas edições digitais de jornais, uma edição do jornal O Globo (18/04/2016) e outra de Brasil de Fato (18 a 20/04/2016). Este é o principal material analisado; 2) Capas da revista Época e manchetes de sites de notícia. Estes nos serviram como suporte para sustentar questões levantadas a partir das análises do material principal. A seleção do primeiro material se deve a três principais critérios: tratar-se de edições que noticiam o acontecimento tomado como ponto central de nossa investigação, a saber, a votação de admissibilidade do processo de impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff ocorrida na Câmara dos Deputados no dia 17/04/2016; serem jornais que produzem uma autoimagem de que tem posicionamento político oposto; e pertencerem a esferas midiáticas distintas (o primeiro é considerado um veículo da chamada grande mídia e o segundo é considerado como mídia alternativa). Portanto, para compreender o discurso jornalístico, encontramos na noção de discurso sobre um ponto de partida teórico o qual nos leva a refletir sobre o lugar de onde os jornais produzem discurso ao falar sobre o acontecimento. Nessa visada, a votação do processo de impedimento contra Dilma é entendida aqui como um acontecimento histórico e jornalístico cujo movimento de significação se dá de modo dividido, dando a ver a tensão entre posições discursivas identificadas a formações discursivas antagônicas. Por esse motivo optou-se por denominar aqui o acontecimento de impeachment/golpe. A denominação impeachment/golpe sinaliza o modo dividido como se constrói o referente discursivo no discurso jornalístico através do jogo de denominações e projeções imaginárias. Como contribuição teórica, fizemos duas apostas: a primeira se dá no investimento teórico na noção de sítio de significância; a segunda, na articulação entre os conceitos de enunciado dividido e heterogeneidade enunciativa. Buscamos, com isso, compreender os processos discursivos que se instauram no discurso jornalístico sobre política significando-a como guerra