Corporeidade e conhecimento: diálogos necessários à Educação Física e à escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cupolillo, Amparo Villa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13434
Resumo: Este trabalho tem como objetivo colocar em diálogo dois campos postos historicamente em oposição: conhecimento e corpo. O intuito é o de possibilitar outras formas de intervenção na escola que valorizem as diferentes dimensões humanas pelas quais o conhecimento se expressa, especialmente aquela que se enuncia através da corporeidade. Tendo como palco o cotidiano escolar, busquei em situações que se apresentavam como enigmáticas - porque contraditórias e avessas à linearidade e à ordem racionais - elementos que me pudessem oferecer pontos de apoio para tensionar essa oposição, aparentemente tão sólida e verdadeira. Fundamentada na epistemologia da complexidade e mergulhada nos estudos com os cotidianos, elegi três momentos significativos vividos ao longo dos vinte anos de experiência em escolas públicas brasileiras com a disciplina Educação Física em que, do meu ponto de vista, a dicotomia corpo/mente dava mostras de fragilidade. O primeiro tem como figura central Tomás, um aluno da primeira escola pública em que trabalhei; o segundo tem como sujeitos as crianças do CAIC, escola campo para a disciplina ‘Prática de Ensino’, da qual sou responsável, do curso de graduação em Educação Física da UFRRJ; e o terceiro tem como principal personagem Daniel, um aluno da escola pública em que fiz a pesquisa de campo da tese. A partir dessas três situações, a discussão travada no estudo desloca-se da noção de sujeito conferida pela modernidade, que desconsidera a complexidade da formação e da articulação genética e cultural na constituição do humano; passa pelo exame das influências dos aparatos disciplinares no ambiente escolar, especialmente aqueles fortemente presentes no trato corporal, segundo a perspectiva de Foucault; busca nos debates mais atuais, assentados nos chamados ‘Estudos Culturais’, recursos que sinalizem a riqueza e a pertinência para o ambiente escolar da valorização e acolhimento das inúmeras diferenças de percursos e desenvolvimentos dos seres humanos; e, finalmente, com ancoragem nos trabalhos de autores que entendem o ser humano como um ‘corposujeito’ ou uma ‘menteincorporada’, busca oferecer subsídios que promovam uma desordem na concepção impermeável de conhecimento com a qual a escola vem trabalhando, permitindo maior amplitude de compreensão da complexidade do que é próprio do humano