“Estudos com os cotidianos” no campo do currículo: as contribuições produzidas pelos pesquisadores brasileiros.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Demenech, Flaviana
Orientador(a): Hypolito, Álvaro Luiz Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7581
Resumo: A tese objetiva ouvir, documentar, discutir, conversar e problematizar a constituição dos estudos cotidianistas no campo do currículo e também discutir a epistemologia que permite colocar à prova o monopólio da competência científica: a disputa simbólica do campo, habitus, capital e crença do campo. Tal estudo se ancora em compreender como os “estudos com os cotidianos” se estruturaram e ganharam espaço no campo do currículo. Pesquisadores autodeclarados e autorizados cotidianistas, teóricos brasileiros como Nilda Guimarães Alves (UERJ), Corinta Maria Grisolia Geraldi (UNICAMP), Regina Leite Garcia (UFF), Inês Barbosa de Oliveira (UERJ), Carlos Eduardo Ferraço (UFES), Janete Magalhães Carvalho (UFES), Maria Luiza Süssekind (UNIRIO), três gerações de cotidianistas, tendo como principais interlocutores Rockwell e Ezpeleta (1989), Heller (1982; 1987; 1992), Certeau (2005; 2013; 2014), Lefebvre (1975), Goldmann (1979), Ianni (1984), puderam inferir outras possibilidades teóricometodológicas de pesquisar e de pensar os cotidianos no campo do currículo na área da educação, na qual permitiu outros olhares às escolas, aos seus movimentos e às vozes silenciadas ao narrar e tecer histórias esquecidas, escondidas e silenciadas com a finalidade de pesquisarem como e o que acontece nos e com os cotidianos, ao mesmo tempo promovendo uma crítica ao pensamento estrutural e seus binarismos. O foco teórico que alimenta esta pesquisa baseia-se nas contribuições e perspectivas teóricas e conceituais de Pierre Bourdieu (2007; 2005; 2004; 2004a; 1983a; 2008; 2001; 1979; 1989; 1983b; 1983c; 2010) sobre o conceito de campo e habitus, conceitos relacionais dentro do campo científico, como também as definições de monopólio científico, crença, círculo da crença e subversão para compreender os processos de tentativa de quebra do ciclo da crença do campo do currículo pelos cotidianistas. Para problematizar a concepção da epistemologia dos cotidianistas no campo do currículo, o estudo fundamenta-se nos autores de Bachelard (1996; 2006), Japiassu (1992); Lopes (1996) Boaventura de Sousa Santos (2008; 2009; 2010; 2011a; 2011b; 2018). Buscou-se, também, compreender o que é conhecimento e racionalidade científica a partir de Santos, Capra, Certeau, Rockweell e Ezpeleta, Heller. A metodologia embasa-se, principalmente, na pesquisa qualitativa, tendo como trabalho de campo a exploração de dados, mediante a utilização de diversos procedimentos e instrumentos, como a conversa com sete cotidianistas, documentos e produtos científicos. Assumindo, deste modo, o método da conversa para esse processo. Os cotidianistas em suas pesquisas se posicionam e apostam na força dos currículos criados, praticados, inventados, produzidos, tecidos em redes pelos praticantespensantes nos cotidianos das escolas. As análises permitiram observar que a crença dos cotidianistas, ainda, não é uma crença consagrada, mas também não é apenas um método, pois está inserida em uma base epistemológica que faz a defesa dos conhecimentos subjugados, marginalizados. Portanto, a caminhada que esses pesquisadores percorreram foi reconhecer e valorizar política e epistemologicamente os diferentes saberes, fazeres, poderes e a necessidade de haver um diálogo emancipatório.