Conflitos e violência nas escolas municipais de Campos dos Goytacazes/RJ, entre os anos de 2014 e 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bueno Moço, Andréa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22538
http://dx.doi.org/10.22409/PPGDAP.2020.m.04192166771
Resumo: Esta dissertação nasce de uma inquietação diante das reclamações referentes aos conflitos ocorridos nas escolas da rede municipal de ensino de Campos dos Goytacazes/RJ. Considerando a escola como um importante espaço de socialização e de produção de conhecimento e, ao mesmo tempo, como espaço de reprodução da conflitividade social, buscamos refletir sobre as determinações dos conflitos escolares, suas relações com o território e, ainda, as demandas apresentadas pelos autores das reclamações. A partir de uma pesquisa documental, tendo como fonte os chamados “livros de ocorrência” da Assessoria de Gerência e Gestão Escolar da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte de Campos dos Goytacazes (SMECE), um setor que atua como auxiliar na gestão da escola, além de receber a apurar as reclamações ou denúncias de toda a comunidade escolar, foi possível identificar os principais conflitos envolvendo violência ocorridos nas escolas da rede municipal de Campos, no período entre 2014 e 2018, classificando-os de acordo com suas naturezas, escolas, bairros e demandas dos denunciantes ao realizar as reclamações. Reconhecemos que este trabalho apresenta limitações e lacunas que merecem novos desvelamentos, uma vez que não foi possível ir a campo para compreender as representações da comunidade escolar sobre o tema ora abordado, devido à pandemia de COVID-19. Nesse sentido, a metodologia utilizada contou com análise de um banco de dados produzido a partir de dados quantitativos extraídos dos “livros de ocorrência”, acompanhado por uma ampla pesquisa bibliográfica, que contou com a contribuição de autores como Henri Lefebvre (2001), David Harvey (2014), Caldeira (2003) e Zaluar (1994; 2007), referências importantes para refletirmos sobre a questão urbana e sua relação com o ambiente escolar. Contamos também com a contribuição das pesquisas de Bourdieu(2008), Ribeiro et al. (2003; 2008; 2010), Abramovay e Rua (2002) e Sposito (s.d.), destacando como os conflitos relacionados à questão urbana são gerenciados no espaço escolar, destavando a perspectiva da criminalização da pobreza e da coerção como mediações presentes no modo de enfrentamento destes pelo Estado. Este modo de gestão dos conflitos não apenas tem levado à reprodução da cultura da punição (CALDEIRA, 2003; BATISTA, 2012) e da violência simbólica (BOURDIEU, 1989) no espaço escolar, como também, vem alterando as relações sociais neste espaço, expressas pelos conflitos violentos, objeto deste estudo