O "bom burguês": a trajetória de Jorge Medeiros Valle sob a ditadura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Almeida, Valesca de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15951
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objeto a trajetória de Jorge Medeiros Valle, um ex-funcionário do Banco do Brasil preso em julho de 1969, que desviou milhões de cruzeiros novos da agência em que trabalhava e financiou organizações clandestinas dedicadas à luta armada contra a ditadura militar. O “Bom Burguês”, apelido pelo qual Valle ficaria conhecido, cumpriu pena de seis anos na Ilha das Flores. Novamente condenado em 1975, exilou-se no México com a sua família, a fim de escapar de uma nova temporada no cárcere. Embora a sua trajetória tenha pontos em comum com a de outros indivíduos que se envolveram na luta armada, ela também se distancia da memória coletiva consagrada sobre a guerrilha durante o período militar, marcada pela ideia de que a luta contra o regime foi travada por jovens ingênuos, utópicos e despreparados. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar as distintas apropriações da história de Valle encontradas nos documentos oficiais do governo militar, na imprensa, no filme (“Bom Burguês”, 1983, direção de Oswaldo Caldeira) inspirado em sua atuação nos anos de chumbo, bem como na memória que ele próprio e outros militantes construíram sobre as suas atividades no período considerado, decorridos quase cinquenta anos dos eventos. A hipótese construída é a de que esta trajetória, dependendo da abordagem que se faça, possui elementos que, ao mesmo tempo em que contribuem para a conformação de uma memória coletiva bem sedimentada sobre a luta armada, também contestam tal memória. Tais elementos foram suprimidos ou reforçados de acordo com o momento, a intenção e o agente que procurou retratá-la