Interstícios dos subúrbios cariocas: as paradas LGBT+ enquanto territorialidades suburbanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Freitas, Laleska Costa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28012
Resumo: No subúrbio carioca, há mais coisas que possa imaginar a nossa hegemônica geografia: nesta dissertação, busca-se compreender uma delas. Realizam-se nos interstícios urbanos dos subúrbios cariocas anualmente as Paradas LGBT+, uma manifestação política de ocorrência mundial que que tem como marco simbólico de origem a rebelião de Stonewall. As Paradas LGBT+ advêm de metrópoles estadunidenses e chegam ao Brasil a partir dos grandes centros urbanos, distribuindose posteriormente para outras regiões no interior das metrópoles nacionais e do território brasileiro como um todo. O subúrbio do qual nos referimos está no Rio de Janeiro, uma das metrópoles brasileiras, cidade que já foi capital do país, possui um ordenamento territorial que expressa os valores hegemônicos que orientaram a construção do Brasil e sua localização no sistema-mundo vigente, destacando-se dentre estes valores a cisheteronormatividade. Já as Paradas LGBT+ contestam os valores hegemônicos que existem sobre sexualidades e gêneros, tal qual a cisheteronormatividade, mas elas não são sempre completamente contestatórias da hegemonia socioespacial, conseguindo também ser conservadora e, portanto, conformativa com algumas normatividades vigentes. Numa análise complexa do espaço, é perceptível que no momento das Paradas LGBT+ suburbanas cariocas ocorrem não surge apenas o embate de valores. Confrontam-se, mas também encontram-se as estruturas normativas com as Paradas LGBT+, fazendo com que esta manifestação política gere tanto tensionamentos quanto negociações espaciais. Costura-se assim a problemática desta dissertação: as negociações e tensionamentos entre as Paradas LGBT+ e a cisheteronormatividade dos espaços públicos do subúrbio carioca. Esta problemática exige que a teoria desta dissertação se embase numa geografia diferente da hegemônica, que compreenda a complexidade a partir das relações espaciais, incluindo-se nesta análise espacial a própria autora desta dissertação, pois há também uma relação de poder entre quem a escreve e o sentido desta dissertação. Uma geografia que tanto busque entender a diferença por ela mesma, como também identifique algumas sincronias, pois há momentos que é preciso observar o que se estrutura como totalidade, pois esta também interfere em espacialidades mais locais como as Paradas LGBT+ suburbanas cariocas. Visa-se, portanto, ir para além do que se entende hoje como subúrbio carioca, como também ir além do hegemônico fazer geográfico.