Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Campos, Lucas Pacheco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/3807
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Resumo: |
Este trabalho se localiza no campo de disputas e de construção de narrativas sobre o mais recente período ditatorial brasileiro, fincado entre os anos de 1964 e 1985. Elegeu-se um locus específico de pesquisa: a relação entre a gestão “oficial” realizada pelo Estado sobre o material memorialístico nacional e os espaços subterrâneos da memória. De um lado, foram estudados os resultados produzidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), enquanto política “pública” de memória. De outro, investigaram-se as memórias de operários navais sobre o período do golpe e da ditadura, assim como suas percepções sobre as políticas de memória empreendidas ao longo dos governos pós-85. Com o objetivo de contribuir para a avaliação das atuais formas de gestão estatal sobre as memórias de grupos atingidos pelo terrorismo de Estado, o trabalho pretendeu responder uma pergunta central: como as memórias subterrâneas da ditadura foram tratadas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV)? Para responder essa pergunta, buscou-se estabelecer o decisivo nexo entre memórias específicas e totalidade histórica, entre particularidade e universalidade. Assim, foi possível construir uma interpretação histórica sobre esse passado a partir tanto de dados bibliográficos consolidados quanto das lembranças dos entrevistados. Percebeu-se que a combinação entre o modus operandi de terror – operacionalizada, principalmente, mas não exclusivamente pelas forças militares – e os interesses do capital – evidenciados pelo aprofundamento de um projeto dependente-associado fundado na superexploração da força de trabalho – materializaram o que chamamos aqui de ditadura empresarial-militar. Ao mesmo tempo, foi necessário estabelecer uma conexão teórica entre memória, esquecimento e gestão, a qual sintetizamos na definição de administração política da memória. Nessa etapa, refletimos mais apropriadamente sobre as funções histórico-sociais do Estado, da democracia liberal e das próprias políticas “públicas”. Realizadas tais necessárias digressões, pôde-se avaliar os resultados produzidos pela CNV, enquanto materialização de uma administração política de memórias (e também de esquecimentos). Foi possível inferir que o relatório final intensificou, intencionalmente ou não, uma espécie de apaziguamento das memórias de grupos que foram atingidos pelo terror do Estado durante a ditadura. Ao que parece, a CNV contribuiu assim para a valorização das perspectivas do consenso, da conciliação, dos acordos, as quais já vinham sendo colocadas |