Geomorfologia e sedimentologia da plataforma continental brasileira com base na estruturação de um banco de dados como subsídio ao estudo de ambientes
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27922 http://dx.doi.org/10.22409/PPGDOT .2022.d.05755359709 |
Resumo: | A plataforma continental é uma reconhecida zona de transição entre processos continentais e oceânicos, bem como de intrincadas interações bioquímicas entre a biota e o sedimento em diversas escalas espaço-temporais. O reconhecimento das complexas feições morfológicas na plataforma e da sua relação com o vasto mosaico de fácies sedimentares é de extrema importância para o entendimento multidisciplinar deste ambiente e para o gerenciamento dos seus recursos naturais. Todavia, poucos esforços ocorrem na agregação e organização das bases de dados públicos de Geologia Marinha como um todo, visando a atualização de mapas geomorfológicos e sedimentológicos a nível nacional e a concentração do conhecimento adquirido ao longo das décadas. Desta forma, um banco de dados geoespacializado sedimentológico e batimétrico integrado e inédito foi compilado para toda a Margem Continental Brasileira, sendo este um dos principais legados deste trabalho. Este banco de dados apresenta inúmeras informações de batimetria e sedimentologia, compreendendo um grande acervo de dados de Geologia Marinha na costa brasileira (Banco de dados de Geologia Marinha-BDGM), integrados a partir de ferramentas SIG e com a padronização espacial e o estabelecimento de critérios de filtragem. Foram reunidos 682 Levantamentos Hidrográficos (LH) com o total de 2.953.198 pontos de profundidade e 30.633 pontos de sedimento. Ao todo, quatro artigos científicos são apresentados nos resultados de modo a testar a eficiência e a aplicabilidade do BDGM em três escalas espaciais distintas (escala da bacia, macro-região e na plataforma continental como um todo). O primeiro artigo apresentou mapeamento das fácies carbonáticas (bioclásticos) e da geomorfologia submarina zona mesofótica da Marquem Equatorial Brasileira (macro região), tendo como base os dados do BDGM e de atributos sísmicos provenientes de sísmica de reflexão 2D. Este resultado indicou que as áreas previamente identificadas como Grande Sistema Recifes Amazônicos (Great Amazon Reef System - GARS) corresponderiam uma área menor, e seriam na verdade a fronteira norte de uma Grande Província de Bioconstruções Mesofóticas Brasileira (GPBMB). Já o segundo artigo avaliou a ocorrência de bioconstruções e a sua influência na morfologia e composição das fácies carbonáticas na plataforma externa da Bacia de Santos, a partir da integração dos dados do BDGM e de amostragens de fundo e sub bottom profiler. Este estudo expandiu o conhecimento da ocorrência de bioconstruções mais para sul, evidenciando uma variedade de formas de estruturas e da sua íntima relação com os sedimentos bioclásticos (areias e cascalhos) na bacia como um todo. O terceiro artigo, por sua vez, utilizou o mapeamento de vales incisos como ferramenta para entender as variações do nível do mar Quaternárias na plataforma continental Bacia de Santos, a partir do processamento dos dados batimétricos do BDGM com técnicas SIG, e da confirmação e dimensionamento desses vales incisos com o uso de dados de sub bottom profiller. Desta forma, foi possível mapear os vales incisos a nível de bacia, correlacionando-os as curvas globais de variação do nível do mar Quaternárias. Este estudo evidenciou a evolução costeira a partir dessas importantes evidências geomorfológicas impressas no relevo marinho. Finalmente, o quarto e último artigo explorou o mapeamento das fácies carbonáticas da região mesofótica da plataforma continental Brasileira como um todo, explorando os dados de sedimento do BDGM a partir de técnicas SIG e comparação com uma vasta descrição de bioconstruções na literatura. Foi possível identificar a ocorrência das fácies carbonáticas do Amapá ao Rio Grande do Sul, muitas delas associadas a bioconstruções calcárias de algas coralíneas incrustantes, (rodolitos, maerl,Halimeda e crostas recifais). Estas feições corresponderiam a Grande Província de Bioconstruções Mesofóticas Brasileira (GPBMB). Tendo como base os artigos científicos apresentados nesta tese, conclui-se que o BDGM é uma ferramenta com inúmeras possibilidades de desenvolvimento e aprimoramento, sendo confirmadamente útil e eficaz na avaliação multidisciplinar em multi-escala da margem continental, elevando a sua importância. Sugere-se a divulgação desta base e a sua incorporação a repositórios de divulgação de dados, como estruturas WebGIS, em próximas etapas. |