Violência autoprovocada em mulheres de Arapiraca-AL: visão e conhecimento das enfermeiras atuantes no município

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Chalub, Danielle Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35209
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violência como o uso intencional da força ou de poder contra outra pessoa ou contra si próprio, que tenha a possibilidade de resultar em morte, dano psicológico, déficit de desenvolvimento, lesões ou privação. Considera-se que a violência pode ainda ser dividida em três grupos: violência coletiva (social, política e econômica), violência interpessoal (familiar e comunitária) e a violência contra a si mesmo (autoprovocada ou autoinfligida). Objetivo geral: Compreender a visão epidemiológica e social dos enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS) do município de Arapiraca/AL sobre as mulheres em situação de violência autoprovocada. Objetivos específicos: Caracterizar o perfil sociodemográfico das enfermeiras da APS do município de Arapiraca; identificar o conhecimento e habilidades das enfermeiras no atendimento de mulheres que passam por situação de violência autoprovocada; analisar a visão apresentada pelas enfermeiras da APS de Arapiraca em relação aos casos de violência autoprovocada em mulheres no seu território. Métodos: Estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa, realizado mediante aplicação de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa foi realizada com enfermeiras de 13 Unidades Básicas de Saúde vinculadas ao município de Arapiraca/AL. Foram incluídos enfermeiros atuantes na APS do município, com experiência mínima de 1 ano e vinculados a uma das 13 Unidades selecionadas para o estudo. Foram excluídos profissionais que estavam afastados das atividades laborais por férias, licença médica, licença sem vencimento e licença maternidade, no período de coleta da pesquisa. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense com Parecer no 5916662 e CAAE 65374122.0.0000.5243. A pesquisa obteve anuência da Secretaria Municipal de Saúde do município. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas foram interpretadas e categorizadas a partir da análise de conteúdo e pelo software ATLAS.ti versão 23.2.2.27458. Os dados quantitativos foram tabulados no programa Microsoft Office Excel 2019 e analisados por meio da estatística descritiva com a construção de tabelas. Resultados e Discussão: A amostra final deste estudo contempla 13 enfermeiras que atuam na APS no município de Arapiraca, situado no agreste alagoano. Foi observado que as participantes entendem a violência autoprovocada como uma tentativa de suicídio. O estudo destacou a invisibilidade dos casos de violência autoprovocada e que encaminhar para o psicólogo é a conduta adequada a ser realizada na APS. As enfermeiras afirmaram não ter segurança para atender a usuária após lesão autoprovocada. Identificou-se que a ficha de notificação do SINAN era de conhecimento das profissionais, mas a notificação não era realizada para não expor a vítima. Conclusão: O desconhecimento das enfermeiras atuantes na Atenção Primária à Saúde reforça a invisibilidade dos casos de saúde mental na APS, seja pela ausência de olhar sensível, pela falta de conhecimento, pela falta de habilidade em lidar com os casos ou pelo medo de atuar em situações dessa natureza.