A paisagem sertaneja no cinema brasileiro: urbanidades e ruralidades no semiárido nordestino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Maia Filho, Pedro Paulo Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33768
Resumo: A presente dissertação objetiva compreender como as paisagens do sertão nordestino são retratadas por algumas produções cinematográficas brasileiras levando-se em consideração os pares conflitantes esboçados nos filmes, tais como, rural/urbano, arcaico/moderno, barbárie/civilização, litoral/sertão. Adotamos a dimensão dos conflitos dicotômicos inscritos na paisagem como fio condutor para a leitura geográfica do cinema. Parte-se do papel retórico das paisagens representadas nos filmes, ou seja, do poder de síntese de certas imagens metonímicas da região, numa abordagem afinada com a geografia humana. Tomando-se como base as propostas de alguns estudiosos que trabalham com a temática da inter-relação entre geografia e cinema, elege-se a “paisagem” como conceito básico para a leitura fílmica pelo viéis geográfico. O sertão nordestino será a categoria espacial de interesse. Correspondendo ao domínio semiárido, a região, devido a sua específica formação física e humana atrai numerosas produções cinematográficas para seu conjunto espacial. Tais filmes elaboram diversas imagens acerca do nordeste seco, que variam segundo o período e a técnica utilizada na filmagem, nas locações e nas concepções dos cineastas (distintas maneiras de “ver” o espaço sertanejo). Adota-se a dimensão do conflito dialético entre os elementos da urbanidade e da ruralidade, conflito que se dá com o advento da modernidade. Para tanto serão realizados três recortes que englobam diferentes filmes. O primeiro recorte partiria das pioneiras produções que vão constituir o sertão nordestino enquanto uma locação recorrente. Posteriormente serão analisados filmes recentes (1996-2007) em dois momentos, seguindo o predomínio de permanências e rupturas no modo da construção do olhar para a região. Partese do pressuposto de que as construções midiáticas das paisagens não são feitas apenas por um olhar exterior àquela realidade, isto é, os habitantes da região, tanto quanto o público em geral, também participam das interpretações simbólicas e influenciam as percepções e representações do espaço sertanejo. As tramas integram-se às representações emblemáticas do Nordeste, contribuindo para a re-significação da idéia de sertão na sociedade brasileira.