Resposta imunológica e antígenos de Hysterothylacium deardorffoverstreetorum de peixes teleósteos

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Ribeiro, Janaina
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Anisakidose; Raphidascarididae; Anisakis simplex; Reatividade cruzada; Infecção experimental; Modelo murino; Pescado; Anisaquíase; Anisakis; Doença transmitida por alimentos; Produção intelectual; Anisakidosis; Cross-reactivity; Experimental infection; Murine model
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28777

O consumo de pescado aumenta progressivamente pois as pessoas estão cada vez mais em busca de alimentos mais nutritivos. O pescado torna-se cada vez mais apreciado no Brasil e em outros países. Outro motivo que tem contribuído para o aumento deste consumo é a incorporação de culinárias, antes exóticas, ao nosso país, como a culinária Japonesa. O hábito de consumir o pescado cru sem prévio congelamento, insuficientemente cozido ou inadequadamente salgado, traz risco à saúde coletiva, pois viabiliza a ingestão acidental de nematóides da família Anisakidae e Raphidascarididae. Esses parasitos são agentes etiológicos da Anisakidose, uma doença cujas manifestações se apresentam nas formas gastrintestinais, alérgicas e mais raramente extraintestinais. Anisakis simplex e Pseudoterranova decipiens são os principais causadores de reações alérgicas dentre nematóides que causam a anisakidose, entretanto ainda não foi estabelecido o potencial alergênico dos demais membros. O presente estudo teve como objetivo avaliar experimentalmente, em modelo murino, o potencial alergênico e a reatividade dos anticorpos induzidos por larvas de terceiro estágio de Hysterothylacium deardorffoverstreetorum (HD), e ainda a reatividade cruzada de anticorpos oriundos de camundongos sensibilizados com antígenos de HD frente a antígenos do parasito Anisakis simplex. Foram utilizadas larvas coletadas de peixes comercializados nos municípios de Niterói e Rio de Janeiro. Esses nematóides foram identificados por microscopia ótica e após processamento foram determinadas três preparações antigênicas. O extrato bruto total, extrato secretado/excretado extraído em meio ácido e extrato bruto após excreção/secreção. Esses antígenos foram utilizados para imunização de camundongos da linhagem BALB/c que foram divididos em três grupos experimentais. Amostras séricas foram obtidas em diferentes dias após imunização para determinação dos níveis de anticorpos específicos pelo ensaio imunoenzimático (ELISA). Os resultados demonstram aumento na produção de imunoglobulina G após a segunda imunização. Em relação à imunoglobulina E, a reatividade foi mais tardia, demonstrando aumento progressivo após a terceira imunização. Foi avaliada a imunidade celular através da intradermorreação com resultado estatisticamente significativo em relação ao controle utilizado. A avaliação da reatividade cruzada com antígenos de Anisakis simplex, aponta reação positiva para os antígenos deste nematóide. Muito embora, a resposta tenha sido inferior a apresentada frente a antígenos homólogos (HD), os resultados são estatisticamente significativos para antígenos heterólogos (A. simplex). Este experimento é a primeira descrição do potencial imunogênico deste parasito em mamíferos e descreve pela primeira vez a reatividade cruzada entre antígenos de Anisakis simplex com H. deardorffoverstreetorum e, ainda que experimental, representa um avanço no diagnóstico da Anisakidose.