Experiências turísticas transformativas e oscilações do bem-estar: viajando em meio à disseminação da Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Letícia Cynara Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31524
Resumo: A transformação pode ser definida como uma mudança que estimula uma ruptura fundamental com as práticas passadas ou atuais e geralmente assume as formas de mudanças físicas, intelectuais, emocionais e espirituais. Um fenômeno amplamente popular como facilitador de mudanças é a viagem, pois as experiências turísticas têm a capacidade de influenciar e mudar a vida das pessoas, podendo acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento e de depender de vários estímulos contextuais. Além disso, o potencial da viagem para mudar ou transformar indivíduos se deve ao seu papel de ferramenta de aprendizagem, de oferecer uma oportunidade para dar sentido a dilemas existenciais e às possibilidades de melhorar o bem-estar do indivíduo. Ao conceitualizar o turismo transformador, a literatura existente tem empregado a Teoria da Aprendizagem Transformativa do sociólogo Jack Mezirow. Essa teoria define a transformação como um processo de aprendizagem com várias etapas, que começa com um dilema desorientador que desafia as crenças estabelecidas, tira os turistas de sua zona de conforto, e resulta na integração de novas perspectivas. Entretanto, por mais que os significados transformadores do turismo possam ser percebidos como florescentes e positivos, eles também podem influenciar negativamente as experiências, envolvendo situações desconfortáveis e desafiadoras vivenciadas durante a viagem e que afetam a transformação e o bem-estar do turista. Em estudos de bem-estar subjetivo e Teoria PERMA, resultados empíricos comprovaram que variações positivas e negativas são influenciadas pela interligação de fatores que se denominam promotores e redutores do bem-estar. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é analisar as experiências de viajantes que enfrentaram o início da crise pandêmica buscando observar a presença de experiências turísticas transformativas e de oscilações nos níveis de bem-estar, além da identificação dos tipos de mudanças desencadeadas pela viagem que persistiram após dois anos e meio do ocorrido. A metodologia adotada para se atingir os objetivos desta pesquisa é de natureza qualitativa. Além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em profundidade com pessoas que viajaram durante o início da crise pandêmica. No procedimento metodológico, a análise de conteúdo foi empregada para trabalhar a organização do material, codificação e categorização das falas dos entrevistados, de acordo com as teorias apresentadas no trabalho. O software NVivo foi utilizado para apoio dessas etapas. Por meio da análise das entrevistas e do framework construído estabeleceu-se uma ligação entre dimensões turísticas transformativas e promotores e redutores de bem-estar, além de direcionar aos tipos de transformação por conta da viagem realizada no início da pandemia. A importância deste estudo reside na adição de uma nova camada ao turismo transformador, à Teoria de Aprendizagem Transformativa e à Teoria PERMA, por complementar o que foi escrito até agora na literatura acadêmica e aproximar essas duas perspectivas para encontrar um novo caminho teórico para o turismo.