Ultrassonografia Doppler na avaliação da hemodinâmica do corpo lúteo primário e das artérias uterinas em éguas receptoras de embrião

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Camila Silva Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22344
http://dx.doi.org/10.22409/MPV-CV.2020.m.13144199788
Resumo: O Brasil é um dos países que mais utiliza biotecnologias ligadas à reprodução de equinos. Uma destas biotecnologias utilizadas em larga escala é a transferência de embriões. Porém ainda existe um déficit de métodos de diagnóstico que nos ajudem a, de forma mais assertiva, escolher qual seria a melhor égua receptora. A ultrassonografia (US) Doppler chega com intuito de fornecer informações em tempo real da arquitetura vascular e dos aspectos hemodinâmicos dos vasos sanguíneos do sistema reprodutor. Com isso o objetivo deste estudo foi avaliar os índices de resistividade (RI) e pulsatilidade (PI) dos ramos dorsais das artérias uterinas a fim de auxiliar na escolha da melhor receptora de embrião, além de observar se a vascularização do corpo lúteo (CL) influenciaria na sua produção de progesterona (P4). O estudo foi realizado na estação de monta 2018/2019. As 41 éguas utilizadas foram divididas em cinco grupos de acordo com o dia pós-ovulação sendo D0 o dia da ovulação. Assim os grupos foram divididos em: D4 - éguas que se encontravam no 4° dia pós-ovulação; D5 - éguas que se encontravam no 5° dia pós-ovulação; e assim sucessivamente para D6; D7 e D8. No dia da transferência do embrião (TE), o CL das éguas selecionadas como receptoras foi avaliado pela US modo B e pela US Doppler modo power flow e os ramos dorsais direito e esquerdo das artérias uterinas pela US Doppler modo espectral. Em seguida, foram coletadas amostras de sangue para dosagem de P4 por radioimunoensaio. As variáveis analisadas pela estatística foram PI e RI das artérias uterinas, concentração de P4, avaliação subjetiva e objetiva da vascularização do CL pela US Doppler modo power flow e mensuração de área e volume do CL. Das 41 éguas avaliadas no experimento, 35 éguas tiveram diagnóstico positivo de gestação. Foi verificada a presença de uma correlação forte e positiva entre PI x RI total das artérias uterinas (r=0.7); uma correlação forte e positiva entre a área e o volume do CL mensurados através de medidas próprias do aparelho de ultrassom (r=0.8); e uma correlação forte e positiva entre as avaliações objetivas e subjetivas do exame de US Doppler modo Power Flow (r=0.7). Na avaliação do CL trabeculado não foi identificada diferença estatística dentre as variáveis apresentadas. Não foi encontrada diferença estatística entre as variáveis quando as éguas foram separadas em éguas gestantes e não gestantes, nem quando foram separadas em grupos por idades. Quando avaliamos as éguas de acordo com o dia da inovulação do embrião foi encontrada diferença estatística na variável RI entre os grupos D5 X D6 (p= 0.0053) e D6 X D8 (p= 0.0036). Já na variável PI a diferença estatística encontrada foi entre os grupos D4 x D8 (p= 0.049); D5 X D6 (p= 0.0446) e D6 X D8 (p= 0.0024). O método subjetivo de avaliação da vascularização do corpo lúteo é um parâmetro muito útil na seleção de receptoras de embriões na rotina diária a campo pela facilidade do exame e praticidade do equipamento. Já a avaliação objetiva torna-se válida apenas para fins de pesquisa onde são necessárias comprovações fidedignas baseadas em números e não pela subjetividade do critério de um avaliador aleatório. Por fim foi observado que mensuração de RI dos ramos dorsais das artérias uterinas próximas a 1.0 são proporcionais a éguas com maior vascularização do corpo lúteo e uma elevada concentração plasmática de progesterona. Porem não foi possível comprovar a utilização deste índice para selecionar éguas com maior aptidão para o desenvolvimento do embrião quando se compara duas éguas semelhantes clinicamente por exames ultrassonográficos convencionais