Os modais poder e dever sob a perspectiva da linguística cognitiva no cenário pandêmico do novo coronavírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Franco, Bruna Melro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28570
Resumo: Esta tese tem como objetivo levantar e descrever os significados deônticos e epistêmicos dos verbos modais poder e dever no cenário pandêmico do novo coronavírus, no Português Brasileiro, sob a perspectiva teórica da Linguística Cognitiva, com base na teoria da Dinâmica de Forças proposta por Talmy (1988, 2000). Desta forma, a pesquisa pretende demonstrar a adequação da teoria da Dinâmica de Forças na abordagem dos modais poder e dever no contexto da pandemia da Covid-19, responder as perguntas de pesquisa e verificar a validade das hipóteses levantadas. Para tanto, foram realizadas as análises qualitativa e quantitativa de cem ocorrências (cinquenta do modal poder e cinquenta do modal dever) provenientes de informativos on-line brasileiros. Na análise qualitativa, buscando uma melhor compreensão acerca da contribuição dos modais poder e dever na construção de significados no discurso do cenário pandêmico do novo coronavírus, foi realizada a interpretação da modalidade como deôntica ou epistêmica em cada ocorrência de poder e dever a partir da teoria da Dinâmica de Forças (TALMY, 1988, 2000). A análise quantitativa contabilizou e comparou, em termos percentuais, a frequência de uso de poder e dever em notícias on-line a respeito da pandemia da Covid-19. A partir dos resultados encontrados, a modalidade epistêmica foi a mais frequente, ocorrendo em oitenta e oito por cento das ocorrências com o modal poder e em cinquenta e seis por cento das ocorrências com o modal dever. O emprego de poder prevaleceu na modalidade epistêmica, com um total de quarenta e quatro ocorrências, que corresponde a oitenta e oito por cento. Verificou- se também que o modal dever é mais frequente na modalidade epistêmica, apresentando um total de vinte e oito ocorrências, que corresponde a cinquenta e seis por cento. A Dinâmica de Forças da permissão ocorreu integralmente nas ocorrências com poder epistêmico analisadas, apresentando um total de quarenta e quatro ocorrências, que corresponde a sessenta e um por cento. O dever epistêmico apresentou um total de vinte e oito ocorrências, todas relacionadas à Dinâmica de Forças da causação, que corresponde a trinta e nove por cento. Portanto, constata-se que, na modalidade epistêmica, a DF da permissão é predominante com o modal poder e a Dinâmica de Forças da causação é predominante com o modal dever no discurso do cenário pandêmico do novo coronavírus. Em relação ao poder deôntico, a Dinâmica de Forças da permissão é identificada em um total de seis ocorrências, que corresponde a vinte e um por cento. No entanto, o padrão da Dinâmica de Forças mais frequente com o dever deôntico é a causação, visto que, de um total de vinte e oito ocorrências, sendo seis ocorrências com poder e vinte e duas ocorrências com dever, há um total de sessenta e oito por cento de ocorrências relacionadas à Dinâmica de Forças da causação e apenas onze por cento relacionadas à Dinâmica de Forças do bloqueio. Deste modo, a análise qualitativa fundamentou os resultados encontrados na análise quantitativa e, por conseguinte, a confirmação das hipóteses postuladas. Por sua vez, a análise quantitativa respaldou os resultados.