Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Julia Honorato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/26439
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Resumo: |
O carcinoma de células escamosas (CCE) é o tumor mais frequente na cavidade bucal e tem seu perfil mundialmente estabelecido: acomete homens, brancos, idosos, com baixo nível sócio-econômico e diagnosticado em estadiamentos avançados. Mudanças no estilo de vida ocorridas nas últimas décadas para o sexo feminino vêm contribuindo para o crescente aumento de casos em mulheres. O objetivo principal deste estudo foi verificar se os fatores sócio-demográficos e clínico-patológicos promovem diferenças na sobrevida entre homens e mulheres com CCE em cavidade bucal, tratados cirurgicamente no INCA/RJ no período de 1999 a 2003. Inicialmente foram selecionados 1631 prontuários de pacientes com carcinoma de células escamosas em cavidade bucal atendidos no período estudado segundo a base de dados hospitalar do Registro Hospitalar do Câncer. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, resultaram 480 prontuários. Destes 480 casos para análise, 348 (72,5%) eram do sexo masculino e 132 (27,5%) do sexo feminino. Foi observado que homens consomem mais álcool que as mulheres, assim como também é mais frequente mulheres com sobrepeso quando comparadas aos homens,. O estado civil viúvo foi o mais comum entre o sexo feminino e para o sexo masculino foi o casado e homens apresentaram tumores em estádio patológico mais avançado quando comparados às mulheres. Na análise de sobrevida foi encontrado para o sexo masculino, que aqueles que possuíam idade mais avançada (p=0,03), IMC alto (p<0,001), estadiamento clínico inicial (p=0,01), submetidos a tratamento cirúrgico exclusivo (p=0,03), tumores bem diferenciados (p=0,01) e ausência de metástase cervical possuíam melhor sobrevida (p<0,001). Para o sexo feminino foi encontrado que tumores em região de gengiva (p<0,001), uso de associação de bebidas (p=0,03), estado civil casado (p=0,02), tratamento cirúrgico exclusivo (p<0,001) e ausência de metástase cervical (p=0,01) são favoráveis a maior sobrevida. A idade (HR: 2,57; IC 95%: 1,24- 5,30; p=0,01), IMC (HR: 0,56; IC 95%: 0,40- 0,78; p=0,001), tratamento (HR: 1,63; IC 95%: 1,09- 2,44; p=0,01) e a gradação histopatológica da peça cirúrgica (HR: 2,05; IC 95%: 1,24- 3,40; p=0,05) revelaram-se fatores de risco e prognósticos independentes para o sexo masculino, enquanto para o sexo feminino o tratamento se mostrou fator prognóstico independente (HR: 8,82; IC 95%: 3,41- 22,82; p<0,001). A partir dos resultados encontrados pôde-se verificar que os fatores de risco para o carcinoma de células escamosas são diferentes entre homens e mulheres, enquanto os fatores prognósticos são os mesmos e se torna fundamental reconhecer estas diferenças no suporte social como parte do plano de tratamento |