Análise de um programa de gestão de antimicrobianos em unidade de terapia intensiva pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Déborah Cardoso Albernaz de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12601
http://dx.doi.org/10.22409/MMI.2019.m.10037404725
Resumo: Introdução: Os antimicrobianos são prescritos muitas vezes de forma excessiva e inadequada, promovendo o surgimento e a expansão de organismos resistentes a antibióticos. A resistência bacteriana é um grande problema de saúde pública, reduzindo a habilidade de prevenir e tratar doenças infecciosas. Nesse cenário, os programas de gestão de antimicrobianos (PGA) surgem como intervenção-chave para otimizar o uso destes fármacos e contribuir para redução das taxas de resistência bacteriana. Objetivo: Avaliar um PGA em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINEO) e pediátrica (UTIPED) através da comparação das taxas de infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS), das taxas de resistência bacteriana e agentes causadores de IRAS, no ano da implantação completa e após sua implantação. Foram analisadas também as solicitações de antimicrobianos de uso restrito. Metodologia: Foram empregadas duas metodologias: 1) estudo quase-experimental do tipo antes e depois de intervenção para avaliação de taxas de IRAS e taxas de resistência bacteriana e 2) estudo descritivo retrospectivo e prospectivo para análise das solicitações de antimicrobianos. Resultados: Foram admitidos 551 pacientes na UTINEO e 1154 na UTIPED. A taxa de IRAS na UTINEO foi de (21/284) 7,4% em 2016 e (16/267) 6% em 2017 (redução de 22% em quantitativo absoluto de casos, p=0,5); e na UTIPED de (50/578) 8,7% em 2016 e (39/576) 6,8% em 2017 (redução de 23,8% em quantitativo absoluto de casos, p=0,2). O percentual de culturas positivas nos casos de IRAS, foi de 61,9% em 2016 e 61,8% em 2017, p=0,8). A média de tempo de internação na UTINEO após cada episódio de IRAS foi de 128 dias (95% IC 87 - 170) em 2016 e 59 dias (95% IC 30 - 88) em 2017 (p=0,01). Após 30 dias do diagnóstico de IRAS, 13 (61,9%) pacientes permaneciam internados na UTINEO em 2016 e 2 (12,5%) em 2017 (p=0,007). A média de tempo de internação na UTIPED após cada episódio de IRAS foi de 128 dias (IC 95% 94 - 163) em 2016 e 97 dias (IC 95% 68 - 126) em 2017 (p=0,18). As taxas de resistência encontradas nas bactérias causadoras de infecções hospitalares na UTINEO foram de 36,4% (4/11) em 2016 e 66,7% (4/6) em 2017 e na UTIPED de 44,4% (12/27) em 2016 e 47,4% (9/19) em 2017. Durante o período de outubro de 2016 e dezembro de 2017, foram solicitadas 120 requisições de antimicrobianos de uso restrito na UTINEO e UTIPED, sendo coletadas culturas antes do início do antimicrobiano em 98 episódios, com positividade de 53% (n=52). A taxa de aprovação das solicitações de antimicrobianos restritos foi de 92,5%. Conclusão: O estudo evidenciou redução nas taxas de IRAS na UTINEO e UTIPED, em quantitativo absoluto, após a implantação do PGA, redução do tempo de internação, redução em número absoluto de bactérias multirresistentes causando IRAS, elevada positividade de culturas nos pacientes em que houve solicitação de antimicrobianos e excelente taxa de liberação das requisições. Sugere-se sustentar as práticas implementadas por longos períodos a fim de se obter resultados ainda mais expressivos