Arquitetura deposicional da planície costeira regressiva sob influência fluvial durante o holoceno: exemplo do litoral do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brenny, Maria Emilia Radomski
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28070
Resumo: A evolução paleogeográfica das planícies costeiras é resultado de fatores que envolvem espaço de acomodação, suprimento sedimentar, flutuações no nível do mar e a influência dos processos hidrodinâmicos costeiros, como a ação das ondas. Desta maneira, o entendimento da evolução paleogeográfica passa pela análise de diferentes indicadores (multiproxy), que auxiliam na identificação dos processos físicos envolvidos, para a maior acurácia da evolução espacial e temporal. As planícies costeiras regressivas, geralmente preservam elementos morfoestratigráficos passíveis de análise em termos cronológicos, geomorfológicos e em subsuperfície e são observadas em diferentes trechos costeiros distribuídos globalmente. Na costa brasileira são presenciados no litoral sul, sudeste, nordeste e nos deltas distribuídos no leste brasileiro. O objetivo do presente trabalho foi investigar a arquitetura deposicional e a geocronologia da planície costeira localizada entre os rios Una e São João, no estado do Rio de Janeiro, considerando as flutuações do nível médio do mar durante o Holoceno e a influência de processos flúvio estuarinos na sua evolução. Foram analisados dados de geofísica rasa (GPR) e idades dos sedimentos através de datações por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). Na arquitetura deposicional foram identificadas quatro radarfácies em radargramas (Rf1 - Pós-praia e zona de estirâncio; Rf2 - Antepraia superior; Rf3 - Leques de transposição; Rf4 - Preenchimento de canal. A arquitetura deposicional mostrou a transição de um padrão de empilhamento retrogradacional para progradacional, com idade de 5.800 ± 750 anos, que foi associado ao Máximo Transgressivo do Holoceno (MTH). Na fase de abaixamento do nível médio do mar, o padrão progradacional ocorreu sob condições de regressão normal, onde a taxa de aporte sedimentar fluvial parece ser determinante para a progradação. Essa influência flúvio-estuarina também foi identificada a partir de refletores inclinados mostrando o preenchimento longitudinal de um paleocanal seccionando a barreira costeira. As idades LOE variaram entre 6.880 ± 630 anos a 1.940 ±180 anos, e permitiram identificar variações na velocidade de progradação da planície durante o Holoceno Superior, cujas taxas foram mais rápidas a partir de 4.500 ± 325 anos A.P. (2.2 m/ano) e mais lentas a partir de 1.940 ± 180 anos A.P. (0.37 m/ano).